A venda da refinaria Landulpho Alves- Mataripe (Rlam), para o Mubadala Capital vai mudar o perfil e ampliar a produção da primeira unidade de refino de petróleo construída no Brasil. Hoje, Mataripe está limitada pela Petrobras, antiga dona, a uma produção entre 60% e 70%. Com a privatização a produção de combustíveis vai quase dobrar, passando dos 190 mil barris diários para 323 mil barris/dia.
A RLAM tem 26 unidades de processamento, e 201 tanques de armazenamento e é responsável pelo reefino de 30 tipos de produtos, entre eles gasolina, diesel, lubrificantes, querosene de aviação, entre outros. Também produz uma parafina alimentícia usada na fabricação de chocolates e chicletes, a chamada food grade.
O novo dono da unidade pretende fazer investimentos para a modernização e o aumento de eficiência da unidade, buscando atingir o potencial total de produção da unidade. Refinaria foi vendida ao Mubadala Capital, holding estatal dos Emirados Árabes, por US$ 1,65 bilhão. Localizada em São Franciso do Conde, a Rlam foi inaugurada em setembro de 1950 e possui a segunda maior capacidade de processamento dentre as unidades do país.
Pelo acordo de venda, que será finalizado nos proximos dias, a Petrobras se comprometeu a absorver todos os empregados que não quiserem passar para o setor privado e estiverem dispostos a sair da Bahia em outras operações da estatal. A expectativa é que principalmente os mais experientes aproveitem o Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) da petroleira e continuem na unidade, o que deve ser bem recebido pelo novo estafe da companhia, também formado por veteranos do setor de combustíveis.
Além da Relam, devem ser passadas da Petrobras para a iniciativa privada a Reman, no Amazonas, com produção de 47 mil barris/dia e a SIX, no Paraná, que produz gás e óleo a partir do xisto e tem capacidade instalada de 5.880 toneladas/dia. Além desses contratos, com finalização de venda no ano que vem, outra 5 refinarias estão sendo ofertadas pela estatal.
A Lubnor, que fabrica lubrificantes e é responsável pela produção de 10% de todo o asfalto feito no Brasil, estaria em processo de venda adiantado, segundo a Petrobras. A companhia manteve no plano de desinvestimentos a venda da refinaria Abreu e Lima de Pernambuco (Rnest) e a do Paraná (Repar), que vão receber investimentos para se tornarem mais atraentes a eventuais interessados.