As mensalidades de 2021 nas escolas de ensino fundamental e médio devem ser reajustadas entre 7% e 10%. Após de um longo período de colégios fechados, com o valor das mensalidades sem alteração ou com reajustes modestos, o próximo ano deve começar com uma herança pesada da inflação de 2021. Mais da metade (53%) dos 65 estabelecimentos em cinco Estados planejam aumentar as mensalidades e as matrículas do ano que vem, seguno pesquisa da consultoria Meira Fernandes, especializada em educação.
Rogério Caramante, gestor comercial da consultoria, argumenta que em 2020 e 2021 as escolas fizeram investimentos em tecnologia por causa do ensino a distância. “Muitas usam a plataforma do Google, com preços em dólar”, exemplifica. Também houve gastos com Equipamentos de Proteção Individual e infraestrutura para trazer os alunos e professores presencialmente para as salas de aula de forma segura, sem contar com os reajustes salariais, na faixa de 6% para auxiliares e de 11% para professores, argumenta Caramante.
Além disso, as escolas terão de ampliar os quadros de pessoal para cumprir a nova grade curricular do ensino médio prevista para 2022, que aumentou o número de disciplinas e a carga horária. Nas contas do consultor, os aumentos de custos das escolas hoje, no geral, variam entre 15% e 20%.
Silva diz que 60% da mensalidade correspondem a gastos com pessoal. Segundo ele, a conta luz aumentou 70% este ano, fora os aluguéis, que tiveram reajustes na faixa de 30%. Mas, segundo a prévia oficial da inflação, o IPCA-15, as variações foram mais modestas. No ano até novembro, o aluguel subiu 6,11%, e a energia elétrica, 26,13%. Em 12 meses a alta foi de 31,28% na conta de luz.
Com a pandemia, a evasão chegou a 15%. Com temor de perder alunos, as escolas estariam mais flexíveis. A pesquisa mostra que quase 25% das escolas pretendem reajustar as mensalidades em até 7%, índice inferior à inflação projetada para o ano. Estadão