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Empresas de tecnologia apostam no mundo virtual do metaverso


Trabalhar numa nova realidade, onde o virtual pode ser constante, é um dos projetos  da poderosa Facebook. Pressionada  pelas autoridades americanas  e com uma uma série de documentos vazados sobre sua negligência na moderação de conteúdo, a empresa de Mark Zuckerberg investe  num novo  caminho, o chamado metaverso.  


Com isso, a empresa trabalharia com foco em um grande mundo virtual, e não apenas em redes sociais. A estratégia, claro, parece chegar convenientemente em um momento no qual a companhia precisa fugir de escândalos na nova era. A guinada em direção ao metaverso pode resultar na mudança do nome da própria companhia.  


O rebatismo foi divulgado pelo site especializado em tecnologia The Verge. Só para o projeto de metaverso, o Facebook já destinou mais de US$ 50 milhões. Entretanto, mesmo que a palavra tenha ganhado as manchetes, o seu conceito ainda é desconhecido — um pouco complicado de entender.


Metaverso é um termo amplo. Geralmente se refere a ambientes de mundo virtual compartilhados que as pessoas podem acessar via internet. O termo pode se referir a espaços digitais que se tornam mais realistas com o uso de realidade virtual (RV) ou realidade aumentada (RA). 


Atualmente as reuniões virtuais, como as de trabalho, permitem que várias pessoas se conectem simultaneamente de diferentes lugares, no entanto, depois elas são desconectadas e aquele momento termina ali. Em um metaverso essas pessoas poderiam estar conectadas o tempo inteiro e inclusive juntas no mesmo local, por meio do uso de tecnologias de realidade virtual.


Algumas pessoas também usam a palavra metaverso para descrever mundos de jogos, nos quais os usuários têm um personagem que pode andar e interagir com outros jogadores. Muitos livros e filmes de ficção científica, por exemplo, são ambientados em metaversos completos — mundos digitais alternativos que são indistinguíveis do mundo físico real. Mas isso ainda é ficção. Atualmente, a maioria dos espaços virtuais se parecem mais com o interior de um jogo de videogame do que com a vida real. 


O interesse acelerado neste mundo alternativo, porém, pode ser visto como resultado da pandemia covid-19. À medida que mais pessoas começaram a trabalhar e a frequentar a escola remotamente, aumentou a demanda por maneiras de tornar a interação online mais realista. 


O Facebook tem, hoje, mais de 10 mil funcionários focados na construção de dispositivos, como óculos de realidade aumentada, que ajudariam a acessar o metaverso da empresa. Na visão de Zuckerberg, esses dispositivos serão tão onipresentes quanto smartphones no futuro. Em setembro, a empresa anunciou um investimento de US$ 50 milhões para construir o metaverso: os recursos seriam usados ao longo de dois anos para garantir que as tecnologias do metaverso sejam "construídas de uma forma inclusiva e empoderadora".  


A empresa também disse que planeja trabalhar com pesquisadores em quatro áreas, incluindo privacidade e segurança de dados, para permitir que os usuários obtenham ajuda se algo que encontrarem no metaverso causar desconforto. 


Assim, Zuckerberg encontrou um caminho ideal para os seus interesses: o investimento em um conceito novo traz, não só uma mudança de foco da realidade que a companhia está vivendo, como também coloca o Facebook em uma posição de explorador de terras novas (onde é possível ‘controlar’ melhor aspectos não-descobertos da tecnologia). 


A ideia do metaverso está atraindo muito interesse de investidores e empresas que desejam fazer parte do próximo grande acontecimento. Zuckerberg disse em julho que a empresa tentará fazer a transição de uma empresa de mídia social para uma empresa especializada em metaverso nos próximos dez ou quinze anos. É aí que entra a oportunidade de renomeação de marca pretendida pelo bilionário para a empresa mãe do WhatsApp, Facebook e Instagram. 


O termo, porém, é popular no Vale do Silício e não conta com a exclusividade do Facebook nos trabalhos. A Microsoft também tem equipes no desenvolvimento dessas tecnologias, mencionando a convergência dos mundos digital e físico. Ainda, o popular jogo infantil Roblox, que estreou na Bolsa de Valores de Nova York em março, descreve-se como uma empresa metaversa. O Fortnite, da Epic Games, também é considerado parte do metaverso.  


Um exemplo de como essas tecnologias podem se transformar em ferramentas úteis é o Google, que está desenvolvendo um recurso chamado Projeto Starline. Ele simula uma videochamada com holografia entre usuários. Por meio de câmeras de alta resolução, a impressão é que os participantes da chamada estão conversando através de uma janela ou de uma parede de vidro. O Facebook pode querer ir ainda além do projeto do Google. 


Uma das características que ajuda a formar o metaverso é a interação entre o mundo virtual e o mundo real. No Fortnite, músicos podem fazer shows virtuais dentro da plataforma — com venda de ingressos e público que interage entre si. Em setembro, por exemplo, milhões de pessoas assistiram a cantora Ariana Grande se apresentar virtualmente no Fortnite, disse a Epic Games. É a área vip do mundo digital. 


O metaverso não fica restrito aos eventos musicais. As maiores empresas de moda do mundo, como Hermès, Burberry e Valentino, também transformaram suas passarelas em tapetes virtuais, com avatares de peças que as pessoas podem usar em ambientes metaversos. 


Os fãs do metaverso acreditam que este é o próximo estágio no desenvolvimento da internet. No momento, as pessoas interagem entre si online acessando sites como plataformas de mídia social ou usando aplicativos de mensagens. A ideia do metaverso é criar novos espaços online nos quais as interações das pessoas possam ser mais multidimensionais, onde os usuários podem mergulhar no conteúdo digital em vez de simplesmente visualizá-lo. Estadão/Reuters

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