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Camaçarico 28 de julho 2021


Prumo A decisão do alcaide de Camaçari, Antonio Elinaldo (Democratas) de mandar demolir parte dos quiosques em construção na histórica praça da Matriz, em Vila de Abrantes, como mostrou o Camaçari Agora (Confira), não fica apenas no ´faz e desfaz`, comum na gestão pública. Movimento tardio do gestor, apesar dos alertas da comunidade, dos historiadores e da imprensa, desde maio, quando as obras estavam em fase inicial, deixa lições mais profundas. Descuido  avança e empurra  Antonio Elinaldo (Democratas) para o colo da Lei que pune o gestor que gasta sem planejamento e exibe pouco cuidado o dinheiro público.


Prumo 2 No caso dos quiosques da praça de Vila de Abrantes, os custos do prejú com construção e demolição, mesmo considerados baixos para os padrões da rica Camaçari, cerca de R$ 30 mil, segundo cálculos feitos por engenheiro consultado pela Coluna, representam recursos do contribuinte que foram queimados. Esse dinheiro, que vai virar escombros, daria para manter durante um mês uma unidade de saúde da família (USF), só para citar um exemplo.


Prumo 3 Decisão de demolir, que a prefeitura não explica de forma transparente, acontece coincidentemente depois dos questionamentos do Camaçari Agora e do Coluna Camaçarico sobre as diferenças no projeto apresentado em novembro e o atual em execução. Provocada, a Corporação Andina de Fomento (CAF), também conhecida como Banco de Desenvolvimento da América Latina, financiadora da obra de R$ 2,5 milhões, não respondeu alegando que essas dúvidas deveriam ser tiradas pela prefeitura de Camaçari.


Prumo 4 Imbróglio  ficou ainda maior com a declaração do alcaide. Em nota da prefeitura distribuída para a imprensa na segunda-feira (26), o prefeito declara: “Estive acompanhando de longe toda essa discussão para ver realmente o sentimento das pessoas e o que a grande massa de Vila de Abrantes queria. Por isso, nós iremos remover a estrutura para atender o pedido da maioria dos moradores que desejam isso. Quem manda e quem decide é a maioria da população”. Já na sua página do Instagram, a expressão “Estive acompanhando de longe toda essa discussão” foi suprimida. No lugar entrou o ameno e menos denunciador sobre sua distância de tão importante debate o “Acompanhei toda a discussão”. O alcaide, mais que ninguém, sabe que o povo não teve acesso à obra, fechada por tapumes, muito menos discutiu o projeto, para opinar sobre a demolição dos quiosques. 


Prumo 5 Mas, o ´faz, desfaz e refaz`, pilotado pela doutora Joselene Cardim, titular e toda poderosa da secretaria de infraestrutura (Seinfra), tem precedentes muito maiores e com prejuízos que  dariam, não para manter um posto da USF por 30 dias, mas construir algumas unidades, sejam de saúde, escolares, ou qualquer outra estrutura necessária para a atendimento da população.


Prumo 6 O Camaçarico tem mostrado nos últimos anos esse festival de descuidos. Dois exemplos são simbólicos: as obras na avenida Jorge Amado, e a duplicação do viaduto de acesso à sede pela BA-535 (Via Parafuso). Sinal amarelo, segundo apurou a Coluna, já aparece nas obras do rio Camaçari. O alerta foi dado pelo ministério do desenvolvimento regional (MDR). Obra de urbanização e saneamento integrado da bacia do rio Camaçari tem valor total de pouco mais de R$ 86 milhões.


Prumo 7 Na Jorge Amado, principal entrada da cidade, os custos saltaram em cerca de 50%. Como mostrou o Camaçarico em várias edições, descuido pode ser conferido de forma resumida na edição da Coluna de 8 de outubro (Confira).


Prumo 8 A duplicação do viaduto do trabalhador é outro exemplo. Orçada em R$ 13,4 milhões, obra de construção da segunda pista sobre a Via Parafuso foi iniciada em outubro de 2019, com prazo de entrega no mês de abril do ano seguinte. Como mostrou a Coluna (Confira) em junho do ano passado, portanto 2 meses depois do prazo previsto para a inauguração, os serviços pararam de vez com a desistência da construtora. Mais uma vez o troca-troca representou custo adicional, na época estimado em 30% do valor original da obra. Como em todas as obras do município, a Seinfra mais uma vez não informou os novos valores. Com a inauguração, prevista para os próximos dias, a expectativa é de que o número finalmente seja revelado. 


Balança O movimento da OAB-Camaçari, sobre a polêmica de Busca Vida deixou mais dúvidas que certezas. De acordo com ambientalistas e gente envolvida na luta contra a privatização das praias, ouvidos pela Coluna, o que deveria ser uma ação mais firme contra a obra de contenção nas areias da famosa praia, e os seus riscos para o prosseguimento do ciclo de vida das tartarugas marinhas, que tem no local um dos pontos de desova da costa brasileira, mostrou uma OAB mais para reticente. 


Balança 2  Garantem que a nota da entidade, divulgada pelo Camaçari Agora (Confira), não sinalizou avanço esperado e que a luta exige. Sem definir ou anunciar qualquer instrumento legal para barrar a obra na praia mais exclusiva e ´AAA` da costa de Camaçari, documento cita "possíveis efeitos nefastos da instalação das barreiras de contenção”.


Balança 3  Documento diz ainda que a OAB-Camaçari, através da sua comissão de meio ambiente, mobilidade urbana e direito urbanístico,  está se cercando de "todos os instrumentos legais, documentos, análises técnicas, vistorias e laudos, juntamente com órgãos, profissionais da área e entidades representativas, com vistas à análise e providências cabíveis".  


Fumaça A secretaria de cultura de Camaçari (Secut) prepara o projeto de tombamento da aldeia hippie, point conhecido mundialmente e grande polo de atração e divulgação da famosa região do litoral de Camaçari. O tombamento tem um porém. Com a decretação da aldeia como zona protegida contra modificações e destruições sem autorização, será necessária a implantação do projeto de requalificação do espaço.


Fumaça 2 Pronto e engavetado pelo atual governo municipal desde 2018, projeto tem até livro lançado contando um pouco da história da aldeia underground dos anos 1970. Assinado pelo arquiteto, artista visual e designer Gringo Cardia, responsável pela repaginação da Casa de Jorge Amaro, do museu do carnaval e da casa da música, todos em Salvador, projeto tem custo estimado em cerca de R$ 30 milhões. Dinheiro que parece grande, na verdade garante saneamento básico e demais obras de infraestrutura para a aldeia e região, instalação de equipamentos, inclusão de  um acervo de obras de arte, e total apoio à comunidade. Projeto  seguramente coloca Arembepe no mapa mundial do turismo.


Fumaça 3  Exibindo pouca vontade política para viabilizar o projeto da aldeia hippie, Camaçari segue no mesmo caminho com a proposta de proteção da igreja do Espírito Santo, tombada recentemente, mas sem perspectiva de recuperação do seu importante patrimônio do século XVI. Precisa de restauro, mas não existe dinheiro. O empresariado da região, capitaneado pelo Cofic, pode ser um excelente parceiro na aposta de tão importante projeto de resgate da memória de Camaçari, da Bahia e do Brasil. 


João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor 


28/7/2021 Fechamento às 17h12


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