O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu nesta quinta-feira (6), que divulgou um número inflado de vacinas já contratadas pela pasta. Queiroga foi questionado durante seu depoimento à CPI da Covid no Senado. Em propagandas oficiais e em falas públicas, Queiroga tem divulgado o número de 560 milhões de doses já contratadas, no entanto, o ministério disse que apenas metade disso — cerca de 280 milhões — tem contratos fechados.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), perguntou se as mais de 500 milhões de vacinas estarão disponíveis até o fim do ano. Marcelo Queiroga não garantiu. "O compromisso, senador... Agora, o senhor sabe que há questões de desembaraço aduaneiro, de insumos... problemas", disse.
Ao ser questionado sobre qual é o número que de fato já foram compradas, Queiroga se contradisse. Primeiro, insistiu que o número de doses contratadas era de 560 milhões. Depois de receber informações do secretário executivo do ministério, Rodrigo Otávio da Cruz, admitiu que o número era menor e citou a quantidade de 430 milhões de doses.
O ministro depõe na condição de testemunha e, caso minta aos senadores, pode acabar preso. O Código Penal, em seu artigo 342, classifica como crime punível com reclusão de dois a quatro anos e multa, o ato de fazer afirmação falsa ou calar a verdade. Portanto, os convocados na condição de testemunha são obrigados a comparecer e dizer a verdade.