Após a crise econômica originaria nos Estados Unidos da América do Norte, a política mundial iniciou uma guinada à direita, que passado os últimos anos começa a apresentar os reflexos incidentes na economia mundial. Grupos de extrema radical ressurgem de maneira mais agressiva utilizando as ferramentas de comunicação disponíveis pelas redes em um contexto deturpado de democracia.
E com a União Europeia em confronto com os parlamentares, a Alemanha foi obrigada a ceder na sua rota progressista ao constituir um parlamento com representação anti-imigração e preconceito de classe e raça. A França volta a ser palco de grandes manifestações da classe média na busca de garantir os privilégios de até então mantendo o governo praticamente paralisado. A Espanha no confronte entre nacionalistas e separatista tem a segundo substituição do primeiro ministro. Tudo isso sem pretender aprofundar com as questões econômica que vive a Itália, a Grécia, Portugal. Além do interminável conflito no oriente médio e as formas ditatorial do leste europeu, da Ásia, África e Árabes.
Na América do Sul o cenário também não é nada animador. Brasil e Argentina radicalizam em beneficio do capital. Colômbia, Chile e Peru seguem na mesma trilha. A Venezuela chega ao fundo do poço ofertando milhões de refugiados quando a infração alcança um milhão por ano. O país está no caos. Não tem comida, combustível nem energia suficiente para a população e os conflitos nas ruas ceifa milhares de vida. Mesmo assim se recusa a receber ajuda humanitária a não ser da Rússia e China seus principais aliados. Na América Central as atenções são voltadas para a Nicarágua com perfil de complexidade quase que idêntico ao da Venezuela.
Ao observar e me sentir constrangido com toda essa loucura e com dificuldade para fazer uma leitura do que está ocorrendo, João Leite me pergunta: Tá em greve, não escreve mais, não publica nada. Verdade o quadro é confuso e desanimador. Moura Positivo indaga e provoca: Manda ai um artigo polêmico sobre Camaçari. Outro dilema. Camaçari fez uma opção pela política tradicional e conservadora. Se constituiu a tábua de salvação do DEM. Esperava-se que um governo formado com pessoas do local fosse independente e sensível às demandas da população. A questão judicial que envolveu o atual prefeito, ainda na condição de vereador, fez com que as coisas tomassem outro rumo. Fazer o que Moura?
O que me causa obrigação reconhecer é que o governo de Elinaldo/Tude não difere na essência dos mandatos de Caetano e Ademar. Os problemas são os mesmos com maior incidência na Educação, saúde e mobilidade urbana. O que difere é na política, na maneira de conduzir a máquina pública local e no relacionamento da população, dando permissão que a oposição exercite sua agressiva munição crítica.
No mais é continuar se preparando para não deixar escapar o cavalo selado que primeiro passar à frente. Pelo andar da carruagem vai ser necessário ficar atento para não ser atraído pela tentação da crítica somente pela crítica e assim contribuir para aprofundar o quadro político, dando lugar à aparição de um salvador da pátria qualquer. Os governos passam e a cidade e sua população precisam da presença da gestão em suas comunidades.
Adelmo Borges adelmobs@terra.com.br é dirigente do Rede Sustentabilidade de Camaçari
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