Na minha pouca idade já tenho provado do quão frustrante é dar pérolas aos porcos. O mestre e Senhor Jesus já tinha avisado isso. Quando lançamos pérolas aos porcos, eles as destroem e, em seguida, nos perseguem como se fôssemos seus algozes.
Deve ser uma sensação semelhante à de um professor que se esforça para produzir uma aula convincente e didática, utilizando diversos recursos e uma linguagem acessível, mas os seus alunos desprezam seu esforço e todo o conteúdo compartilhado.
Como convencer pessoas a amarem o que é coletivo, e, por consequência, que é delas mesmas? Como sensibilizar, ao menos, as pessoas sobre o perigo de autodestruição? Como sensibilizar e lidar com pessoas que estão dispostas a cometer suicídio, porque, para estas a vida não tem qualquer valor? É como criar uma lei com a pena mais severa contra o homicida que sonha um dia explodir o seu próprio corpo em um atentado terrorista. É inútil o esforço!
Uma cidade é o seu povo! Um governo que se esforça para implantar praças, jardins, grama em canteiros públicos em uma cidade em que as pessoas que não se importam com isso, joga no lixo o dinheiro público.
As praças são construídas, os usuários destroem os equipamentos. Os jardins são plantados na calçada da casa, mas o morador não se importa de zelar. Neste caso, penso que é falta de amor próprio, porque a sua residência é a principal beneficiada ou prejudicada. A grama está seca por causa da estação quente, mas a população, generalizando, é incapaz de regar!
O poder Público também tem parcela de culpa, pois não dedica recursos necessários para a rega dos quilômetros de gramas e jardins plantados. Mas, voltemos a indagar: quem é o Estado, o governo, senão membros da comunidade, ou eleitos pela própria cidade?
Aqui, na minha vizinhança, um vizinho tem um carro pipa. Frequentemente retira o excedente de água ou esvazia o caminhão, perdendo a água doce. Ano passado me alegrei quando o mesmo se dispôs a molhar a grama da praça da Rua 5, recém-inaugurada. A comunidade se reuniu para ajudar e o trabalho foi realizado com êxito.
Hoje, para minha tristeza, foi diferente, e muitos litros de água POTÁVEL, como ele mesmo revelou, foram despejados no asfalto. Encarecidamente pedi que molhasse as plantas da praça, mas o olhar de ira dele se acendeu. A água doce e potável desperdiçada ainda conseguiu banhar algumas crianças, QUE JÁ, TÃO CEDO, aprenderam, hoje, a NÃO valorizar o bem mais precioso que temos na natureza.
Os pais deveriam educar os seus filhos. Os avós deveriam ensinar seus netos. É a lógica da vida. O mundo, infelizmente, mudou, e agora nos resta sensibilizar, com paciência, a nova geração para que esta passe a ensinar os seus pais a não agirem como porcos, mas a valorizar as pérolas da vida.
Dois pedidos: ame o seu presente: a sua comunidade. Ame também o seu futuro: a natureza! Faça a sua parte.
Juan Sterfan juan_sterfan@hotmail.com é camaçariense, advogado especialista em Direito Ambiental e Urbanístico, urbanista, arquiteto e membro da Comissão de Meio Ambiente, Mobilidade e Direito Urbanístico da OAB-Camaçari
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