As eleições municipais de 2020 já começam a bater nas portas dos atuais gestores e, com isso, algumas decisões de interesse eleitoral podem afetar negativamente nas gestões dos municípios. Até que ponto vale a pena sobrepor o interesse político-eleitoral ao interesse público?
As gestões modernas e inovadoras dos municípios têm como desafio convencer o eleitorado, agora mais crítico e exigente, além de mais presente no exercício dos mandatos, graças às ferramentas das Redes Sociais. Por isso, muitos gestores estão investindo na promoção (publicidade) das ações do governo neste novo formato de mídia social, através de impulsionamentos e compartilhamentos por grupos. Porém, as ações negativas, mesmo sem ter o suporte financeiro para divulgação, alcançam mais intensamente o público, de acordo com sua gravidade. E, é neste sentido, que a questão técnica da gestão tem que andar alinhada com a leitura política que as decisões, ações dos órgãos e membros do governo devem adotar.
Um dos principais pontos que “colocam em xeque” e fragiliza um governo que pretende disputar a reeleição são as alianças políticas. A idéia de agregar antigos – recentes – adversários para enfraquecer o grupo opositor, pode sair um verdadeiro “tiro pela culatra”. Pois, ao invés de novos aliados, o gestor poderá contar com INFILTRADOS, que utilizarão o espaço na máquina municipal para uso favorável do grupo opositor. Além de nutri-lo de informações privilegiadas, as quais só deveriam ser de conhecimento de aliados extremamente confiáveis. Foi assim com gestões passadas. E porque causa, razão ou circunstância a atual oposição não utilizaria tal estratégia? Infelizmente, já se percebe este “câncer” adoecendo alguns órgãos da gestão.
A matemática eleitoral, hoje em dia, já não é calculada a partir de resultados de candidatos em urnas contabilizadas. O comparativo do discurso com a prática tem sido bem mais cobrado e observado pelo eleitor. Realmente querem um político trabalhador, honesto e presente no seu dia a dia. De fato e de direito. Que suas decisões e ações não se tornem refém de conchavos ou interesses financeiros. Que assuma os riscos e benefícios de atitudes aparentemente desagradáveis, mas que tenha na essência e como finalidade a proteção das pessoas, suas famílias e patrimônio.
Para identificar esses ‘aliados convenientes’, que atuam de modo cancerígeno no governo não tem muita dificuldade. Basta olhar seu compromisso institucional no órgão em que está lotado, seu comportamento com os demais profissionais dos setores e a sua sanha por autopromoção. Contudo, se mesmo assim permanecer certa margem de dúvida, é só passar em suas redes sociais e tentar achar a divulgação voluntária das ações do governo que faz parte. Se não existir conteúdo público das ações que trazem a boa imagem da gestão do município, promovidas pelo prefeito, resta evidente seu DESCOMPROMISSO com a liderança política, com o órgão e com a cidade. Ficando demonstrado que a sua preocupação é única e somente com seu bolso e outra(s) liderança(s).
O autoexame é muito importante para tratar o quanto antes essas “células cancerígenas”, remediando e tratando a doença, para que não evolua de benigno para maligno. Previna-se, meu amigo!
Cleiton Pereira cleitonmpe@hotmail.com é agente de trânsito concursado, atualmente ocupa assessoria da STT e é membro da Juventude do DEM
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