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Camaçari e o seu devido lugar na história da Bahia e do Brasil


Diego Copque é professor, historiador, pesquisador e autor do livro Do Joanes ao Jacuípe, uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais

Camaçari completou 463 anos de fundação no dia 29 de maio de 2021. No próximo dia 28 de setembro celebraremos 263 de sua emancipação. Portanto, são duas datas importantes da nossa história. Nesse contexto, Camaçari avança com intensa participação na história da Bahia e nas lutas pela Independência que culminaram com o 2 de julho de 1823.


Em outras oportunidades através de artigos escritos no Camaçari Agora, além de palestras em escolas, espaços de cultura, na web, e entrevistas a outros veículos de imprensa, tenho buscado ampliar essa consciência, inclusive alertando as autoridades de Camaçari sobre a importância da apropriação e incorporação da data de fundação, no século XVI, no calendário cívico da cidade, e a diferença que há entre fundação e emancipação política, ocorrida 200 anos depois, no século XVIII.


A data de fundação da cidade ocorreu no dia 29 de maio de 1558. Seu principal marco tem como referência a Fundação do Aldeamento do Espírito Santo, bem como a edificação da Igreja do Espírito Santo, e também a Festa em Celebração ao Divino Espírito Santo. O nome do aldeamento, da Igreja do Espírito Santo, e da Festa do Divino, se deu em menção ao dia de Pentecostes, e ao primeiro padroeiro da povoação que é o Espírito Santo, ele permaneceu como patrono da cidade desde sua fundação até por volta do final da década de 1930, quando São Thomaz de Cantuária se tornou padroeiro da cidade.


No dia 31 de agosto do corrente ano, tive a grata satisfação de ser convidado pela professora Nilzete Cardoso, diretora de escola da rede pública de ensino para ministrar uma aula inaugural na Escola Municipal Professor Luís Rogério de Souza, para estudantes do 8º e 9º Ano. O Honroso convite para falar sobre “Camaçari, da sua Fundação a Emancipação”, veio, para minha alegria, logo após a publicação do livro de nossa autoria: “Do Joanes ao Jacuípe, uma história de muitas querelas, tensões e disputas Locais”.


A palestra focou o processo de gênese e evolução do município e sua relação direta com a história do Brasil desde o período colonial, a partir da fundação do aldeamento até quando o mesmo tornou-se um dos pilares de sustentação do projeto de colonização. Nossa abordagem pôde transitar pela celebração da Primeira Festa ao Divino Espírito Santo no Brasil; A instalação das primeiras escolas jesuíticas no Brasil; A primeira demarcação de terras indígenas na América Portuguesa; As primeiras manifestações artísticas e culturais em nosso país, a exemplo do teatro, da música e da dança; A expulsão dos holandeses da Bahia.


Entre outros importantes fatos de nossa história local, foi destaque a participação de Vila de Abrantes e de outros municípios do Recôncavo Norte, no processo de consolidação da Independência do Brasil na Bahia.


O tema do 2 de Julho foi recentemente discutido no dia 7 de julho de 2021, no primeiro encontro que ocorreu em Lauro de Freitas para tratar da inclusão dos municípios de Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ Ávila e Mata de São João, nas comemorações do bicentenário da Independência da Bahia, em 2023, e da inclusão desses municípios no roteiro da passagem do Fogo Simbólico.


Este projeto de reparação histórica é de suma importância para preservação da história, da memória, da cultura e das tradições desses municípios que efetivamente participaram de todo o processo da guerra. Mais amplo que uma simples inclusão nos festejos dos 2 de Julho, relação desses municípios possui uma profunda transversalidade com o fortalecimento do sentimento de pertencimento dos munícipes dessas cidades. Nesta perspectiva temos dialogado com o arquiteto, professor aposentado da UFBA, Paulo Ormindo de Azevedo. Membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e Associação Baiana de Imprensa (ABI), o professor Ormindo tem se preocupado com os novos olhares históricos sobre a Independência da Bahia e com a criação de um plano de ação para as celebrações de seu bicentenário. 


Apesar de todos esses importantes fatos elencados sobre a história, cultura e memória de nosso município, Camaçari carece de um debate amplo sobre o reconhecimento de sua data de fundação e da sua participação de forma intensa na Independência da Bahia.


Diego de Jesus Copque diegokopke@gmail.com é professor, historiador e pesquisador. Autor do livro: "Do Joanes ao Jacuípe, uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais".

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