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Estudo diz que Brasil descuidou e virou epicentro da Covid


Trabalho foi coordenado pela demógrafa Márcia Castro, da Universidade Harvard

O coronavírus se espalhou porque o Brasil fracassou na tomada de medidas coordenadas e equitativas contra a doença, em contexto de profundas desigualdades socioeconômicas. Essas falhas favoreceram a propagação descontrolada da covid-19 no país. A conclusão  consta num estudo publicado na Science, uma das mais importantes revistas de divulgação científica do mundo. O Brasil é o epicentro mundial da pandemia, com explosão de casos e sistema de saúde em colapso e mais de 350 mil mortos.


Assinado por 10 cientistas do Brasil e dos Estados Unidos, o trabalho tem como principal autor a demógrafa Márcia Castro. Ela integra o Departamento de Saúde Global e População da Universidade Harvard. O estudo analisa trajetórias, velocidade e intensidade da propagação da covid no País. Cita indicadores de aglomeração populacional, combinados a medidas políticas adotadas.


A conclusão, segundo Márcia, é que, embora “nenhuma narrativa única possa explicar a propagação do vírus”, há alguns motivos principais que ajudam a entender por que a pandemia alcançou tal patamar no Brasil.


O estudo aponta que a ausência de vigilância genômica bem estruturada, em um País de dimensões continentais, deixou o vírus circular por mais de um mês sem ser detectado. As profundas desigualdades sociais e econômicas entre as regiões também ajudaram no descontrole.


“O Brasil é grande e desigual”,  “com disparidades em quantidade e qualidade de recursos de saúde (por exemplo, leitos hospitalares, médicos) e de renda”, diz a demógrafa.


Não houve ação conjunta, coordenada pelo governo federal, para enfrentar a pandemia. A polarização, segundo Márcia, politizou a pandemia. Assim, impactou a adesão às ações de controle. O presidente Jair Bolsonaro é contrário ao lockdown. Também defende remédios sem eficácia contra a doença.


“Uma densa rede urbana que conecta e influencia os municípios por meio de transporte, serviços e negócios não foi totalmente interrompida durante picos de casos ou mortes”, lembra Márcia. “Cidades impuseram e relaxaram medidas em diferentes momentos, com base em critérios distintos, facilitando a propagação da doença.”


A conclusão do trabalho é que, se nenhuma medida mais drástica for tomada contra a pandemia, o Brasil deve enfrentar uma crise humanitária sem precedentes. O País, nesse caso, poderá se tornar uma ameaça à saúde global.


“Sem contenção imediata, com medidas coordenadas epidemiológicas e de vigilância genômica, além do esforço de vacinar o maior número possível de pessoas no período mais curto de tempo, a propagação da P1 (a variante do vírus descoberta em Manaus que já se revelou até duas vezes mais transmissível) levará a uma perda de vidas inimaginável”, sustenta o estudo. “A falha na detenção desta segunda onda de propagação vai facilitar o surgimento de novas variantes, isolar o Brasil como uma ameaça à saúde global, e levar a uma crise humanitária completamente evitável.” Estadão

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