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Brasil registra mais de 2 mil mortes de crianças por agressão

Ao menos 2.083 crianças com idade de até 4 anos foram mortas por agressão no Brasil, de janeiro de 2010 a agosto de 2020. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) esses números de violência  doméstica devem ser ainda maiores. Para cada caso de óbito registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados. 


Os dados de mortalidade de 2020 ainda são preliminares e não foram consolidados até o fim do ano. Mas os especialistas acreditam que o isolamento social adotado na pandemia expôs as crianças a mais violência doméstica. Em consequência, dizem, aumentaram os casos letais. O problema deve se repetir neste ano. Segundo a SBP, os autores de 80% das agressões são os pais ou responsáveis, e elas acontecem dentro de casa.


“O caso do menino Henry não pode ser ignorado e deve ser apurado com todo o rigor que a lei exige”, defende a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva. “Tal barbárie deve alertar, ainda, para a existência de outras crianças e famílias que vivem dramas semelhantes que não chegam à mídia.”


As agressões estão agrupadas no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Estão entre os motivos mais comuns de morte de menores no Brasil. Somadas aos acidentes, as agressões são a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.


Em 2019, foram 188 óbitos por agressão na faixa etária até 4 anos - o patamar ficou próximo a 200 nos anos anteriores. No ano passado, até agosto, foram registrados 71 casos, mas os dados são preliminares. 


O problema não é exclusivo do Brasil, mas global. Apareceu em levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2016. O estudo estimou que em todo o mundo 1 bilhão de crianças e adolescentes tinham sofrido violência psicológica, física ou sexual no ano anterior à coleta dos dados.


As medidas de distanciamento social, incluindo o fechamento de escolas, foram adotadas por mais de 170 países e afetaram quase 80% de toda população estudantil mundial. Fizeram a maior parte das crianças permanecer praticamente todo o tempo em suas casas. Sabe-se, por exemplo, que só em março de 2020 o Brasil apresentou aumento de 17% no número de ligações notificando a violência contra mulheres.


Até agosto de 2020, dados preliminares apontam 4.142 mortes de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos - menos da metade da média dos anos anteriores..


Desde o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, a tendência tem sido de aumento dos registros de violência contra crianças (com exceção do ano passado).


Segundo especialistas, pais agressores, em geral, foram vítimas de agressão na infância. “A violência contra as crianças acontece em todas as classes sociais, em todas as culturas”, afirma Luci. “Não depende de escolaridade, religião ou etnia, é uma doença que vai passando de pai para filho. É preciso interromper essa cascata. Existe tratamento para essas famílias.”


Segundo os especialistas, é preciso ouvir as crianças e levar a sério o que elas dizem. Qualquer problema ou mesmo suspeita deve ser denunciado à polícia, ao Ministério Público ou a autoridades competentes. Denúncias podem ser feitas até mesmo de forma anônima, pelo Disque 100.

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