A prefeitura de Coari, distante 450 km de Manaus pela via fluvial, divulgou uma nota em que afirma que 7 pacientes internados no Hospital Regional da cidade morreram por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19). Segundo o texto, Coari deveria ter recebido 40 cilindros na segunda-feira (18), mas a aeronave que levaria os cilindros acabou viajando para Tefé (AM) e ficou impossibilitada de retornar, pois o aeroporto não aceita voos noturnos.
A situaçãio é grave também no pará. No município de Faro, pelo menos seis pessoas morreram nas últimas 24 horas por asfixia, segundo a prefeitura da cidade de 12 mil habitantes. A realidade no local é de colapso na área da saúde com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da covid-19. O município fica na divisa com o estado do Amazonas. A situação mais preocupante é na comunidade de Nova Maracanã, onde pelo menos 34 pacientes estão hospitalizados.
Falhas de planejamento da Secretaria de Saúde do Amazonas pela falta do insumo, o que prejudicaria as medidas de combate à doença no município, disse em nota a prefeitura de Coari.
Com mais de 232 mil casos e 6,3 mil mortes, o Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados. As unidades de saúde não têm oxigênio suficiente para todos os pacientes, o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo. O governo da Venezuela é um dos que enviou ajuda ao Amazonas.
A situação é tão dramática que, desde a semana passada, o estado está enviando pacientes para receber atendimento em outros estados. No total, 115 pacientes foram transferidos. O transporte dos passageiros é feito em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram adaptadas para essa finalidade.
Com hospitais lotados e o número de mortes aumentando, os cemitérios registraram aumento de sepultamentos. Desde a semana passada, esses locais já operam com horário de funcionamento ampliado e, no Cemitério do Tarumã, há câmaras frias para os corpos serem preservados e não necessitarem ser enterrados em valas coletivas - como no primeiro pico da pandemia, em abril e maio de 2020.