Em 2020, os candidatos ao executivo que buscam a reeleição, contam com um aliado a mais, a pandemia do novo coronavírus. Diferente dos tradicionais cabos eleitorais que vão às ruas convencer pessoas sobre as qualidades dos seus candidatos (prefeito e vereadores), alguns na buscam de uma oportunidade na próxima legislatura, outros para manter seus cargos comissionados e vantagens e os por ideologia.
Como se observa, os grandes beneficiados da pandemia são os atuais executivos municipais que buscam a reeleição. Isso porque sob o manto da emergência criaram complementação da renda das pessoas carentes (no caso de Camaçari) que segundo estimativa do IBGE alcança 34% dos que estão em situação de vulnerabilidade alimentar e 26% em estado de miséria, números aquecidos pelo processo de desemprego notadamente no setor de serviço (hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes, escolas, feirantes, vestuário, assistência técnica, etc.) e moderadamente no setor industrial.
No contexto os atuais gestores além de frequentarem constantemente a mídia para divulgar estatísticas de infectados e ações de combate ao covid-19, criam projetos para complementar renda das famílias, distribuição de cestas-básicas e distribuição da merenda escolar às famílias do alunado o pode alcançar aproximadamente 50 a 60% da população. Em paralelo mantém as obras de maquiagem da cidade com oportunidade de estar próximo ao eleitor e, junto com os candidatos da sua base e levar a mensagem.
Diferentemente dos candidatos sem mandato que nas restrições de aglomerações, distanciamento social e o medo dos eleitores de serem infectados, ficam restritos à mídia social que pouco atende a uma manifestação de vontade das massas. Assim a pandemia passa a ser o grande cabo eleitoral de 2020.
Adelmo Borges adelmobs@terra.com.br é dirigente do Rede Sustentabilidade de Camaçari
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor