O volume de vendas do varejo cresceu 13,9% em maio, maior crescimento desde o início da série histórica, em janeiro de 2000. Resultado positivo vem depois de quedas nos meses de março e abril. A alta não foi suficiente para recuperar as perdas de março e abril, quando as lojas ficaram fechadas por causa das medidas de isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus. No acumulado do ano, o varejo tem queda de 3,9%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada, divulgada nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com maio de 2019, o comércio varejista recuou 7,2%, com taxas negativas em 7 das 8 atividades. Esse resultado também surpreendeu positivamente. O setor de tecidos, vestuário e calçados respondeu pela maior contribuição negativa, com queda de 62,5%. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o único setor a crescer nessa base de comparação, com alta de 9,4%. O setor, considerado atividade essencial, manteve as lojas abertas durante o período de quarentena. O setor de farmácias, outra atividade essencial, recuou 2,6% ante maio de 2019, na segunda taxa negativa consecutiva.
Em abril, as vendas de supermercados caíram 17,0%, após crescimento de 14,8% em março, primeiro mês diretamente afetado pela pandemia no País. As vendas de farmácias recuaram 17,0%, depois de um crescimento de 1,4% no mês anterior.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 19,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado também veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um aumento entre 0,50% e 13,10%, com mediana positiva de 7,70%.
Na comparação com maio de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 14,9% em maio de 2020. O resultado também surpreendeu positivamente. Nesse confronto, as projeções variavam de uma redução entre 27,7% e 16,2%, com mediana de negativa de 22,4%. No ano, a queda acumulada é de 8,6% e, em 12 meses, de 1%. Estadão