O governo vai prorrogar o auxílio emergencial por mais dois meses, mas o valor mensal do benefício de R$ 600 deve ser reduzido para R$ 300. Já os deputados querem manter o valor original, mas discutem a situação financeira do governo. O valor de R$ 300 ganhou força nos cálculos do governo porque representa um meio termo entre as propostas que buscam garantir o pagamento do auxílio emergencial por mais um tempo, mas de uma forma que pese menos para os cofres públicos.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vê um risco na redução do valor do benefício. Segundo ele, existe consenso entre os deputados para manter a ajuda de R$ 600 por até três meses. E cobrou do governo uma posição oficial a respeito da extensão do auxílio. “A gente entende a preocupação do governo”, disse Maia, referindo-se ao impacto que a medida teria no orçamento da União. “Mas gostaria de ter uma posição oficial. Que o governo encaminhe a matéria e possamos fazer um debate transparente”, disse.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, entende que o benefício deve ser prorrogado por mais “um ou dois meses”, mas em um formato diferente, mais parecido com o Bolsa Família. Ou seja, que o valor caia de R$ 600 para R$ 200. Segundo a equipe econômica esse custo mensal do auxílio emergencial cairia de R$ 50 bilhões para R$ 17 bilhões. O valor de R$ 200 foi a primeira proposta da equipe econômica enviada ao Congresso no projeto de criação do auxílio emergencial. A quantia foi considerada irrisória pelo Legislativo, e acabou sendo elevada.
O presidente Jair Bolsonaro concorda com Guedes em reduzir o valor atual do benefício, mas sugeriu que as próximas parcelas poderiam ser um pouco maiores. Bolsonaro já indicou que R$ 200 podem ser muito pouco. Por isso, sugeriu inicialmente que a quarta parcela fosse de R$ 400 ou R$ 300 e a quinta, de R$ 300 ou R$ 200. O governo passou a estudar, então, a proposta intermediária de pagar R$ 300 por mais dois meses.