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Covid-19 pode deixar 6,5 milhões desempregados


Os efeitos da pandemia do novo coronavírus e de restrições ao funcionamento de diversas atividades econômicas podem levar a um prejuízo de mais de R$ 320 bilhões à economia brasileira e fazer com que 6,5 milhões de trabalhadores percam seus empregos, de acordo com estudo encomendado pela Confederação Nacional de Serviços (CNS). 


De acordo com o vice-presidente da CNS, Luigi Nese, os números expressivos não devem ser usados para fazer alarde ou para serem contrapostos a estratégias recomendadas por autoridades sanitárias para conter o avanço da doença. 


“O intuito do estudo é mostrar o que uma paralisação de 60 a 90 dias pode causar na economia. Encomendamos os dados para prepararmos empregadores, trabalhadores, governo e justiça para um debate que nos leve a uma solução pós-crise. Independente de um prazo mais curto ou mais longo no enfrentamento da covid-19, é preciso unir esforços para que a economia se recupere após esse processo”, afirma o vice-presidente da CNS.


O setor de serviços deve ser justamente o mais penalizado, com a perda de cerca de R$ 117 bilhões em faturamento, caso os impactos da covid-19 sobre a economia se arrastem por um período de 60 a 90 dias. O estudo também aponta que o comércio perderá quase R$ 80 bilhões e a indústria de transformação deixará de faturar em torno de R$ 66 bilhões. A pandemia do novo coronavírus ainda traria perdas à construção civil (cerca de R$ 20 bilhões) e à agropecuária (quase R$ 12 bilhões).


Com isso, as perspectivas são de 2,2 milhões de demissões no setor de serviços, 2 milhões de vagas fechadas no comércio, 1 milhão de empregos perdidos na indústria, e 637 mil postos de trabalho a menos na construção civil. O estudo mostra ainda que, com menos produção e emprego, a covid-19 pode reduzir a arrecadação federal em quase R$ 125 bilhões neste ano.


Diante do um prejuízo bilionário estimado no estudo, Nese avalia que as medidas já anunciadas pelo governo serão insuficientes para impedir o fechamento de pequenas e médias empresas e a extinção de postos de trabalho.


“O governo anunciou medidas para injetar mais recursos no mercado, mas provavelmente a dose de auxílio terá que ser aumentada”, projetou. “A primeira coisa para garantir o emprego durante e após a crise é desonerar a folha de pagamento – imediatamente, sem discussões. Temos essa oportunidade para implementar isso, mesmo por uma proposta sobre tributação sobre transações eletrônicas”, acrescenta, voltando a defender a recriação de um imposto nos moldes da antiga CPMF.


O executivo criticou ainda a forma atabalhoada como a Medida Provisória 927, que suspendia contratos e salários por até quatro meses, foi divulgada no começo desta semana. Bolsonaro precisou recuar desse ponto da MP horas depois da sua publicação.


“Essa MP foi uma trapalhada. O que tem que ser fortalecido é o contrato de trabalho, dando ênfase de que o acordado vale mais que o legislado. Alterações de férias e jornadas já são feitas em convenções coletivas normalmente há muitos anos. Já a suspensão de salários foi péssima ideia, que derrubaria ainda mais a demanda no período de crise”, completa.


Se o cenário é tenebroso para quase todos os setores da economia, o estudo mostra que os segmentos de tecnologia da informação, de saúde pública e privada e os serviços públicos, ao contrário, devem ter manutenção ou aumento de renda e de postos de trabalho. Somente as empresa do ramo de saúde e assistência social devem ter um incremento de quase R$ 7 bilhões no faturamento em 2020.


“Alguns setores vão crescer em detrimento de outros. Por serem serviços estratégicos nesse momento de crise, os profissionais dessa área serão, em média, demandados de forma mais intensa com aumento de carga de trabalho. Mas eles também sofrerão impacto se a crise for muito duradoura”, afirma Nese. “A tecnologia da informação vai aprimorar processos, facilitar vendas e atividades remotas, mas se o empregado dessas áreas não conseguir chegar ao trabalho, esse ramo também vai parar”, conclui. Estadão

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