O governo estuda uma cobrança de tributos diferenciados sobre cigarros, álcool e produtos com açúcar. A proposta de uma reforma tributária foi anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Segundo o ministro o sistema tributário de vários países prevê a cobrança do chamado "imposto do pecado" para diminuir o consumo de cigarros, álcool e produtos com açúcar. Guedes disse que a proposta da reforma tributária do governo deve ser apresentada num prazo de duas a três semanas.
"Não tem nada definido, tem um grupo fazendo a reforma tributária. Fala-se de tributos e impostos e existe esse conceito de tributar coisas que fazem mal para a saúde", disse Guedes. "Por um lado, você reduz o consumo (com a cobrança desse imposto). Então, se o cigarro faz muito mal para a saúde, você bota o imposto. E por outro lado: ‘ah eu vou fumar de qualquer jeito’, então está bom, mas, pelo menos, paga o imposto aqui porque nós vamos ter que cuidar da sua saúde lá na frente", acrescentou.
Guedes também disse que é possível o surgimento de uma moeda continental na América do Sul. "Eu brinco e chamo (a moeda) de peso-real porque todas as moedas na América Latina são pesos, e o Brasil tem real." Ainda segundo o ministro, o dólar deve diminuir a sua importância e o mundo poderá ter 4, 5 ou 6 moedas fortes daqui a 20 anos.
"Uma moeda continental seria muito interessante para o Brasil. E eu não tenho dúvida nós vamos avançar em direção para a conversibilidade. Isso é um projeto nosso, de governo. O Banco Central vai trabalhar buscando a conversibilidade do real. O real vai virar uma moeda forte no continente", disse.