Pesquisa do instituto Datafolha mostra que 88% da população acredita que funcionário público que não faz um bom trabalho deve ser demitido. Levantamento também mostra que 91% dos entrevistados consideram que o servidor deveria ter seu trabalho avaliado constantemente e ser recompensados de acordo com o desempenho, como em empresas privadas.
Ainda de acordo com a pesquisa “Os brasileiros e a percepção sobre a qualidade do gestor público”, encomendada pela Aliança, formada por Fundação Lemann, Fundação Brava, Instituto Humanize e República.org., 58% acham que o servidor deve ter garantia de estabilidade, enquanto 39% discordam.
Questionados se gostariam de trabalhar em cargos de liderança no governo de suas cidades, 43% demonstraram interesse, percentual considerado relevante pela Aliança, responsável por ações com o governo federal, estados e municípios na área de gestão pública. Entre elas estão programas de atração, pré-seleção, avaliação de desempenho e apoio para desenvolvimento.
Para 39% dos entrevistados, as vagas para cargos de confiança no serviço público não são bem divulgadas. Ainda segundo a pesquisa, 72% concordam que pessoas bem preparadas em cargos importantes do governo podem melhorar suas vidas, independentemente da simpatia dos entrevistados pelas ações do governante.
“Todas as grandes transformações no serviço público ao redor do mundo se deram a partir de você estabelecer um grupo bem preparado de liderança e com capacidade de transformação. A gente queria ver como as pessoas percebiam isso, independentemente das afinidades com o governo. Elas acreditam que avaliação constante é fundamental” Weber Sutti, diretor de projetos da Fundação Lemann.
“Essa lógica de que para cargos de confiança você precisa atrair pessoas com mais aptidão é realidade na maior parte dos países, não só da OCDE. No Brasil, há experiências desde o início de 2000 nesse sentindo, mas como iniciativa de governos específicos, não como política pública. A gente está longe disso, diz Weber.
A pesquisa foi realizada de 8 a 14 de maio de 2019, com 2.086 pessoas em todo território nacional, em todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.