O Brasil tem cerca de 3,8 milhões de trabalhadores com graduação superior, mas que atuam em postos de trabalhos que não exigem conclusão do ensino superior. Dos 18,3 milhões que terminaram a faculdade, 14,5 milhões estão em ocupações sem diploma superior. O levantamento foi realizado pela consultoria iDados, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O número de trabalhadores com faculdade começou a superar a quantidade de vagas disponíveis no primeiro trimestre de 2014, quando a crise econômica começou a dar os primeiros sinais no país. Ao longo dos últimos anos, com o período recessivo e a lenta retomada, esse descasamento só aumentou.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Brasil possui hoje 12,4 milhões de desempregados. Com a crise do mercado de trabalho e sem espaço no setor privado, muitos brasileiros partiram para o trabalho por conta própria e para a informalidade. No Brasil, a taxa de desemprego é de 6% entre a população que tem ensino superior completo, de acordo com Naercio. Ela sobe para 14% no grupo que só cursou até o Ensino Médio.
A piora na qualidade do emprego traz uma série de consequências para a economia brasileira. Ela tem um impacto crucial na produtividade do país, por exemplo. O indicador é considerado fundamental para a melhora da atividade econômica e da renda da população brasileira. Nos últimos anos, no entanto, com o emprego formal em queda, a produtividade brasileira está estagnada porque milhões de trabalhadores tiveram de recorrer a bicos e a trabalhos por conta própria para conseguir alguma renda. Com isso, passaram a agregar menos valor para a economia. G1