O número de pacientes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a importar canabidiol (CBD), composto feito a partir da planta da maconha, cresceu 9 vezes em 4 anos. A partir de 2020, esse e outros compostos poderão ser produzidos e comercializados em território nacional, como prevê regulamentação da agência, aprovada nesta semana. Enquanto isso, as pessoas que dependem desse remédio precisam de autorização da Anvisa para trazer o produto de fora.
Segundo dados da Anvisa, o total de pacientes com cadastro aprovado para importar o canabidiol passou de 826 em 2015 para os atuais 7.786, alta de 842%. O ano de 2019 bateu o recorde de novos pacientes cadastrados. Até setembro deste ano 2.726 estavam na lista. Número já é maior do que o registrado em todo o ano passado, quando 2.371 pediram autorização.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou, em 2014, resolução sobre o uso de canabidiol com foco na epilepsia infantil e em adolescentes. Em novembro, o órgão informou que realiza uma "ampla revisão bibliográfica, que vai balizar futuras decisões sobre a prescrição, ou não, dos derivados do canabidiol para outras doenças."
Desde 2014, também está em vigor a resolução 268 do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) que autoriza o uso de canabidiol em crianças com epilepsia que não têm resposta com outros tratamentos. Após a liberação anunciada pela Anvisa, o órgão recomenda cautela aos profissionais. Estadão