O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC quer que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) libere empréstimos para o Grupo Caoa poder comprar a fábrica da Ford de São Bernardo do Campo. A unidade encerrou as operações no dia 30 de outubro e todos os funcionários foram demitidos. A intenção do sindicato é recuperar parte das 2,8 mil vagas fechadas.
Desde fevereiro, quando a Ford anunciou sua saída do ABC, onde produzia caminhões e o modelo Fiesta, o grupo Caoa, do empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, confirma ter interesse no negócio. Segundo fontes do mercado, o Caoa necessita R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões para adquirir as instalações, modernizar a linha de produção e reiniciar a produção.
Segundo o sindicato, o banco de fomento informou não dispor de linhas de financiamento para aquisição de fábricas por grupos privados. Tem, por outro lado, programas para modernização de equipamentos e produtos e introdução de novas tecnologias. Caoa teria, portanto, de obter recursos de outra fonte para realizar a compra e depois recorrer a esse tipo de empréstimo que, de qualquer formar, teria de passar por aprovação do BNDES.
De acordo com o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID), Rafael Marques, se a compra fosse efetivada, inicialmente o grupo precisaria de 650 trabalhadores para tocar a linha de produção de caminhões. Há 1,5 mil ex-funcionários da Ford inscritos para disputar essas vagas.