As mensalidades escolares mais que dobraram nos últimos 7 anos e superaram o índice inflacionário geral, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um boleto do ensino fundamental que, ao final de 2011, era de R$ 1.000, atualmente é de R$ 2.080, se ajustado pela inflação acumulada para essa etapa da escolaridade, calculada pelo IBGE. Já pelo IPCA esse valor seria de R$ 1.538.
Não que os colégios privados não tenham sentido a crise econômica. Os índices de aumento vêm caindo desde 2016 em quase todas as etapas, com exceção da creche. Mas seguem acima da inflação registrada no país, com excessão de 2015.
Segundo o presidente do Sieeesp (sindicato das escolas particulares de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, a maioria dos reajustes do setor no estado deve ficar entre 3% e 6%. “A concorrência hoje já é muito grande, não tem espaço pra dar aumento muito grande.”
Além disso, afirma o colégio, também foi necessário aumentar a carga horária para adequar o currículo do ensino médio à Base Nacional Comum Curricular e oferecer reajustes de salários, que também contribui para elevar o gasto com pessoal.
A remuneração dos professores é o que mais pesa no aumento das mensalidades. Desde 2013, os educadores têm obtido aumentos reais de salário na maior parte dos anos.
Advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Igor Marchetti explica que as escolas têm obrigação de informar os parâmetros de reajuste, com planilha colocada em local visível para que sejam identificados os fatores que pesaram no cálculo. Quando não há acordo, o melhor a fazer é se articular com outros pais, afirma ele. “A gente sempre recomenda que a reclamação seja feita de forma coletiva, para ter mais força e, eventualmente, as famílias podem entrar com uma ação coletiva.”