A questão da Amazônia e o desgaste da imagem do Brasil em todo o mundo preocupa o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Segundo Nelson Leal (PSD), o estrago já é irreversível e pode ser pior. “A Amazônia, hoje, é a principal pauta do mundo. O governo brasileiro tem que agir muito rápido para conter essa forte reação, principalmente dos países europeus, contra os desmatamentos e as queimadas na floresta amazônica. Caso não estanque essa sangria, o Brasil vai sofrer duras consequências no comércio internacional, com prejuízos diretos ao agronegócio, comprometendo principalmente a exportação de alimentos, como carne, frutas e grãos”, disse o presidente da Alba.
Durante o Festival de Igatu, na Chapada Dimantina, Leal, que também é produitor de frutas, criticou a inabilidade da diplomacia brasileira. Lembrou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia "poderá ser também alvejado, dada as tensões já vividas entre a posição brasileira e os governos da Inglaterra, Irlanda, França, Noruega e Alemanha”,
Nelson Leal diz que reavivar o discurso de que a “Amazônia é nossa” não seduz mais ninguém. “Nos anos 1970, diziam que outros países do mundo queriam invadir a floresta e tomá-la do Brasil. Passou meio século e ninguém invadiu nem tomou nada. Reativar esse discurso é querer fazer os outros de trouxas. A Amazônia é, sim, nossa, mas pertence ao mundo inteiro, porque ela intacta significa que o planeta está a salvo. A defesa do meio ambiente, a preservação das florestas do mundo, é coletiva, é obrigação de todos, não de uma pessoa ou de apenas um grupo”, defendeu.