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Adolescente negro tem mais chance de cometer suicídio

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que adolescentes e jovens negros têm maior chance de cometer suicídio no Brasil. Esse risco chega a ser 45% maior na faixa etária de 10 a 29 anos entre jovens que se declaram pretos e pardos do que entre brancos. Ainda segundo o estudo  com números de 2016, a diferença é ainda mais relevante entre os jovens e adolescentes negros do sexo masculino, onde a chance de suicídio é 50% maior neste grupo do que entre brancos na mesma faixa etária.


Os dados são da cartilha Óbitos por Suicídio entre Adolescentes e Jovens Negros, lançada pelo Ministério da Saúde (MS). Os números foram calculados a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do ministério.


Enquanto a taxa de mortalidade por suicídio entre jovens e adolescentes brancos permaneceu estável de 2012 a 2016, o número aumentou 12% na população negra com a mesma idade. Analisando esses dois grupos em 2016, nota-se que a cada 10 suicídios em adolescentes e jovens aproximadamente 6 ocorreram em negros e quatro em brancos.


Segundo a médica Rita Helena Borret, o maior risco de suicídio na população jovem negra está relacionado ao racismo estrutural, que causa maior sofrimento e adoecimento entre os jovens e adolescentes do que entre os adultos.


A taxa de mortalidade por suicídio entre adolescentes e jovens negros apresentou um crescimento significativo no período de 2012 a 2016. Em 2012, a taxa foi de 4,88 óbitos por 100 mil. O número aumentou 12% e chegou a 5,88 óbitos por 100 mil mo ano de 2016.
No mesmo período, a taxa de mortalidade por suicídio entre os jovens e adolescentes brancos permaneceu estável. Em 2012, a taxa nesse grupo foi de 3,65 óbitos por 100 mil. Em 2016, essa taxa foi de 3,76 óbitos por 100 mil.


Em 2012, a cada 100 suicídios entre adolescentes e jovens brancos ocorreram 134 em adolescentes e jovens negros. O maior risco foi observado em 2016: neste ano, a cada 100 suicídios em adolescentes e jovens brancos, ocorreram 145 suicídios entre negros. Assim, o risco de suicídio foi 45% maior na população jovem negra.


O grupo de maior vulnerabilidade é composto por homens negros mais jovens, com idade entre 10 e 19 anos. O risco de suicídio neste grupo foi 67% maior do que entre adolescentes brancos do sexo masculino.
A cartilha do Ministério da Saúde reconhece o racismo como um dos fatores de risco para suicídio. Rejeição, discriminação e racismo são fatores determinantes de risco para o suicídio, segundo o ministério.
"Um dos grupos vulneráveis mais afetados pelo suicídio são os jovens e sobretudo os jovens negros, devido principalmente ao preconceito, à discriminação racial e ao racismo institucional", aponta a cartilha.Segundo o documento, o estigma em torno do suicídio pode ser ainda maior quando há questões raciais envolvidas. "Muitas vezes as queixas raciais podem ser subestimadas ou individualizadas, tratadas como algo pontual, de pouca importância, o que acaba culpabilizando aquele que sofre o preconceito", atesta o relatório.

Para Borret, os dados da cartilha recém-lançada comprovam que o racismo e a desigualdade racial afetam a ocorrência de problemas de saúde e potencializam seus fatores de risco.
"Viver em uma sociedade que trata diferente pessoas negras e brancas é adoecedor, gera um sofrimento e uma sensação de preterimento", explica a médica. "Por isso são necessárias políticas públicas focadas na saúde da população negra."

Criada em 2009, a Política Nacional de Saúde da População Negra (PNSIPN) visa garantir a equidade e a efetivação do direito à saúde de negras e negros. Apesar de ter sido criada há mais de 10 anos, a política ainda é pouco aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS). "Os gestores muitas vezes acreditam que não existe racismo no Brasil e por isso não há necessidade de aplicar as políticas nacionais para combater esse problema", afirma a médica Rita Borret.


Um levantamento de pesquisadores da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e da USP mostrou que, em um universo de mais de 5 mil municípios brasileiro, somente 57 colocaram em prática a PNSIPN. Segundo a pesquisa, o estado de São Paulo é onde mais cidades aderiram à estratégia, com 27 municípios participantes. Empatados em segundo lugar estão Minas Gerais e Paraná, com apenas 4 municípios cada. Portal G1

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