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Ford fecha fábrica paulista e confirma cortes em Camaçari

A unidade da Ford em São Bernanardo do Campo, responsável pela produção do fiesta, vai fechar. O anúncio foi feito pelo o presidente da montadora para América do Sul, Lyle Watters. Segundo ele, a montadora fechou o ano de 2018 com um prejuízo de US$ 678 milhões em toda a América do Sul. O fechamento da planta, segundo comunicado da Ford, faz parte do plano de reestruturação global da marca, que acaba de estabelecer uma parceria com a Volkswagen para fabricação de veículos utilitários.


Em comunicado, a montadora afirma que vai deixar o mercado de caminhões na América do Sul. A Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 460 milhões (R$ 1,71 bilhão) em despesas não recorrentes como consequência dessa ação. Na reunião, com a presenã de representantes do sindicato dos trabalhadores, o presidente da Ford disse que tentou vender a fábrica para uma empresa turca,  mas não teve sucesso.


O coordenador-geral da representação dos funcionários da montadora, José Quixabeira, o “Paraíba", estava na reunião e conta que Watters apontou a indefinição de regras como empecilho para busca de investimentos para adaptação de caminhões ao Euro 6 —nova etapa do programa brasileiro de controle de emissões de poluentes para veículos comerciais pesados. Outra razão foi a queda da produção do New Fiesta, modelo fabricado em São Bernardo do Campo. A previsão para este ano é de 16.700 carros, cerca de 15% da produção de 2013.


Ainda segundo Quixabeira, Watters afirmou que a fábrica de Camaçari também opera com dificuldades já que as locadoras de veículos são as principais compradoras do Ford K. E a negociação reduz a margem de lucro da fábrica. 


No começo do mês a direção da montadora informou aos funcionários de Camaçari que  seriam necessários cerca de 700 cortes de postos de trabalho para ajustar a  empresa à nova realidade do mercado.


De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a unidade emprega 2.800 trabalhadores diretos, além de terceirizados não quantificados. A Prefeitura de São Bernardo do Campo calcula que 2.000 famílias são afetadas indiretamente pela decisão.


Essa não é a primeira vez que a Ford fecha unidades no Brasil. No governo Collor, a montadora encerrou as atividades da montadora de tratores.


Então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Vicente Paulo da Silva, o “Vicentinho", lembra que viajou aos Estados Unidos como representante dos trabalhadores. Daí nasceu uma câmara setorial para garantir a permanência das montadoras no Brasil.


A história da Ford se confunde com a trajetória do movimento sindical brasileiro, como as greves de 1978 e 1979. Em 1990, a montadora foi palco do movimento dos golas vermelhas, alusão ao uniforme dos trabalhadores da manutenção.


Funcionário da Ford desde 1987, o sindicalista João Cayres lembra que 900 empregados da manutenção entraram em greve enquanto os demais trabalhadores permaneciam em atividade. No final do mês, cada trabalhador doava um dia de salário para sustentar os grevistas. Só que a montadora decidiu suspender também o pagamento dos não-grevistas, que iniciaram um quebra-quebra dentro da fábrica.


"Tenho até hoje a camisa com a gola vermelha. Com com o símbolo da Autolatina [aliança entre Ford e Volkswagen na década de 1990]”, lembra.  Em dezembro 1998, às vésperas do Natal, 2.800 operários receberam a notícia de que perderiam seus empregos em razão do declínio na produção da fábrica de São Bernardo. Folha de São Paulo

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