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Justiça prende 8 funcionários graduados da Vale

A justiça mandou prender 8 funcionários da Vale como parte das investigações do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), no dia 25, que deixou ao menos 166 mortos e 144 desaparecidos. As acusações incluem “conluio” para esconder informações sobre o reservatório.  OMinistério Público de Minas (MP-MG) quer saber quem detinha informações sobre a barragem antes do rompimento.


Para o MP, não foi acidente, mas “crime doloso” (com intenção) e, por isso, é preciso investigar até a cúpula da Vale. “Neste momento, é necessária a tutela da investigação, para que se apurem todos os responsáveis pelo ato, se aqueles que ocupam os cargos mais relevantes da Vale S.A. tinham conhecimento da situação”, escreveu o juiz Rodrigo Heleno Chaves, de Brumadinho, na sentença que autorizou as prisões temporárias por 30 dias. “É sim, possível, que os oito funcionários, mesmo não querendo diretamente que o resultado ocorresse (a tragédia), tenham assumido o risco de produzi-lo, pois já o haviam previsto e aceitado suas consequências.”


Na quinta-feira, 14, na Câmara dos Deputados, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, destacou que a mineradora é “uma joia, que não pode ser condenada por acidente que aconteceu em sua barragem, por maior que tenha sido a tragédia”.


Entre os presos estão quatro gerentes (dois deles, executivos) e quatro integrantes das equipes técnicas da barragem: Joaquim Pedro de Toledo; Renzo Carvalho; Cristina Heloíza Malheiros; Artur Ribeiro; Alexandre Campanha; Marilene Christina Araújo; Hélio Márcio Cerqueira; e Felipe Rocha. 


Todos tinham, para o MP-MG, conhecimento de que havia problemas com a barragem. “Houve conluio de forma que fosse escondido do poder público a situação real da barragem. Funcionários participaram ativamente para dissimular a situação”, diz William Coelho, promotor da área criminal da força-tarefa que apura a tragédia.  Outros três engenheiros da Vale e dois técnicos da consultoria alemã Tüv Süd, que havia atestado a estabilidade da barragem em 2018, já haviam sido detidos no dia 29, e soltos no dia 7. 


Este segundo pedido de prisão do MP-MG tomou por base a troca de e-mails entre funcionários da Vale e da Tüv Süd. A Promotoria também pediu a prisão de outros quatro técnicos da Tüv Süd, o que foi negado pela Justiça nesta sexta. 


O juiz anotou que diante de todas as “anomalias verificadas” na barragem “desde meados de 2018, aliadas à alteração drástica nos piezômetros (medidores de água) verificada em janeiro de 2019, aparentemente não havia outra alternativa aos funcionários da Vale senão a de acionar o Paebm (Plano de Ação de Emergência para Barragens), com imediata evacuação da área”. 


O mandado de busca e apreensão na sede da empresa, diz o MP-MG, foi para recolher documentos do Conselho Administrativo da Vale. “Queremos saber como isso foi discutido na empresa. Se isso chegou ao conselho, aos órgãos da cúpula”, disse o promotor Leandro Wili. 


Em coletiva de imprensa esta semana, o diretor de Finanças e Relações com os Investidores da Vale, Luciano Siani, disse haver controvérsia sobre a necessidade de passar informações a escalões superiores de riscos em barragens, para que níveis hierárquicos inferiores tenham autonomia para ações emergenciais. 

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