O Executivo e o Legislativo se omitiram no combate à corrupção. A crítica é do futuro ministro da Justiça, Sergio Moro. para o ex-juiz um retrocesso em relação ao tema é “intolerável” e que “poderosos” não deixarão escapar oportunidades para tirar os avanços da Lava Jato. “Tivemos grandes avanços, mas centrado nas cortes de Justiça. Mas faltou uma reação institucional do Congresso e do Executivo mais robusta em relação a essa grande corrupção”, disse. “Eu pretendo ser um fator de modificação dessa relativa omissão dos poderes constituídos.”
Durante o seminário organizado pelo Instituto Não Aceito Corrupção, o futuro ministro defendeu decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que, para ele, ajudaram na luta contra a corrupção —a proibição de doações eleitorais por empresas, a possibilidade de execução da condenação em segunda instância e a restrição do foro privilegiado, por exemplo.
“Não se enganem, a grande corrupção envolve pessoas poderosas, envolve interesses especiais, poder politico e econômico, que percebendo uma chance, de voltar ao status quo da impunidade e da grande corrupção, ou pelo menos para tirar avanços, não se enganem, essas oportunidades não vão ser perdidas”, afirmou.
Ele voltou a dizer nesta tarde sobre propostas que levará ao Congresso no início do ano que vem, para que sejam aprovadas rapidamente, com o objetivo de "enfrentar a grande corrupção, o crime organizado e o crime violento". Entre elas, estão a alteração de regras de prescrição de crimes, a execução imediata da pena em sentenças de tribunais de júri (que julgam crimes contra a vida) e a proibição de progressão de regime para membros de facções criminosas.
Moro mais uma vez criticou o loteamento político de cargos em estatais, colocando esse fator como um dos principais para a existência da corrupção. “A função dos diretores não era de conduzir bem a empresa, pensando no bem estar, mas sim arrecadar recursos para os partidos políticos”. Com informações da Folha de São Paulo