A Polícia Federal faz buscas nesta terça-feira (11/12), em endereços ligados ao senador Aécio Neves (PSDB-MG)e ao deputado Benioto Gama (PTB-BA). Candidato derrotado à reeleição, o deputado federal éinvestigado a partir da delação premiada de executivos do Grupo J&F. Operação autorizada pelo ministro Celso de Mello, do Supremo, atinge outros 4 parlamentares: os deputados Paulinho da Força (SD-SP), Cristiane Brasil (PTB-RJ), e os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Ao todo, a PF cumpre 24 mandados de busca em investigação envolvendo parlamentares na Operação Ross. O objetivo da ação é investigar o recebimento de vantagens indevidas pelos três senadores da República e pelos três deputados federais, entre 2014 e 2017.
Em nota, a PF informou que ‘as vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014’. A Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017.
Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os R$ 100 milhões. “Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias”, informou a PF.
Aproximadamente 200 policiais federais dão cumprimento a 24 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, e realizam 48 intimações para oitivas. As medidas estão sendo cumpridas no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá.
São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A Operação Ross, desdobramento da Operação Patmos, tem esse nome em alusão à plataforma de gelo Ross, maior superfície de gelo do planeta. A referência é à grande quantidade de notas frias.