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ONU cobra do Brasil a redução das mortes no trânsito


Motos, que somam mais de 21 milhões de unidades, lideram as estatísticas dos acidentes fatais

Diminuir o gigantesco número de mortes no trânsito brasileiro é um dos desafios do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) a partir de 2019. Números do Ministério da Saúde mostram que 37 mil pessoas morreram nas ruas e estradas do país em 2016. Índice equivale a uma morte a cada 12 minutos ou à queda de um jato lotado a cada 2 dias.


Ainda que não tenha sido compromisso de sua campanha, o presidente Jair Bolsonaro assumirá como líder do Executivo encarregado de atingir, até 2020, a meta de reduzir pela metade as mortes no trânsito brasileiro em relação a 2010 —quando houve quase 43 mil casos. O pacto foi firmado junto à ONU.


Para cumpriri esse compromisso o próximo governo teria que dar uma guinada histórica, evitar 16 mil mortes no trânsito e atingir a casa de 21 mil ao ano. Desde 2010, as mortes subiram a até quase 45 mil em 2012, para começarem a cair em 2015, mas seguem distantes da meta.


“A meta da ONU é impossível de ser alcançada até 2020. Mas o próximo governo terá uma nova chance”, diz Pedro de Paula, coordenador da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito, ao citar o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, aprovado neste ano no Congresso, com novas metas de redução de mortes até 2028.


Segundo especialistas, entre os avanços na segurança viária nos últimos anos estão a criação da lei seca, a obrigatoriedade de cadeirinhas para transporte de crianças e o aumento do valor das multas. Nas últimas décadas, o principal acelerador das mortes nas ruas e estradas brasileiras foi o forte aumento de motocicletas nas vias. O fenômeno é explicado em parte pelo maior acesso a crédito e incentivos à industria automotiva. “Hoje é mais barato pagar pela parcela de uma moto do que pela passagem do ônibus”, exemplifica José Aurélio Ramalho, presidente do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária).


Em 2000, a frota de motocicletas, que é naturalmente mais exposta a riscos,  era de pouco mais de 3,5 milhões de unidades no país. Já em 2016 saltou para quase 21 milhões. A participação deste transporte nas vias brasileiras saltou de 12% para 22% do total de veículos —a de carros caiu de 57% para 55%.


Atualmente estados como Maranhão, Piauí e Ceará têm mais de 44% de sua frota composta por motos. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e DF esse índice fica abaixo dos 16%. O súbito aumento da frota não foi devidamente acompanhado por educação no trânsito e fiscalização. No mesmo período (2000 a 2016), as mortes de motociclistas saltaram de cerca de 2.500 por ano para mais de 12 mil.


Motociclistas passaram a ocupar o topo do ranking de vítimas no trânsito no Brasil em 2009. E essa liderança perversa se amplia a cada ano. Em 2016, segundo o Ministério da Saúde, 32% das mortes eram de motociclistas —ocupantes de carros são 24% e pedestres, 21%.


Os estados do Norte e Nordeste tiveram o maior salto na presença desses veículos em suas ruas. Também foram eles que viram seus índices de insegurança viária piorarem. Em 2017, por exemplo, o Ceará foi o estado que demandou o maior número de indenizações do DPVAT(seguro automotor obrigatório) por mortes e feridos em acidentes no trânsito. Juazeiro do Norte, no sertão cearense, tem o dobro de indenizações concedidas por habitante na comparação com a capital Fortaleza. 


Segundo especialistas, é por isso que alguns estados do Nordeste têm vendas de motocicletas muito superiores ao número de habilitados. Um desses motociclistas é o vendedor Marcus Vinícius Alencar. Aos 18 anos, diz pilotar desde os 12, em sua cidade natal, Aiuaba (CE). “No interior, é assim desde criança, para qualquer tarefa de casa a gente pega a moto. Meu irmão de 10 anos já sabe pilotar.”


Um estudo de 2015 do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que o custo hospitalar por paciente grave vítima de acidente de trânsito fica em R$ 98 mil (valor atualizado pela inflação). Outros estudos estimam que, com os mortos e acidentados no trânsito, o país perde anualmente de R$ 19,3 bilhões a R$ 52 bilhões em gastos hospitalares, previdência e perda de produtividade na economia. Com informações da Folha de São Paulo

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