A Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato foi às ruas nesta sexta-feira (23/11), para cumprir mandados judiciais para prisão de 22 pessoas, sendo 8 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporárias.
Entre os presos temporariamente, pelo prazo de cinco dias, está Valdemir Garreta, ex-dirigente petista e responsável pelo marketing de campanhas eleitorais do partido. O ex-presidente da Petros Wagner Pinheiro, que também foi presidente dos Correios, foi alvo de buscas.
As investigações apontam que a execução da construção das edificações destinadas à instalação da nova sede da Petrobrás em Salvador/BA, assim como os contratos de gerenciamento da construção, de elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia foram superfaturados e direcionados para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobrás e dirigentes da Petros, além de terceiros com eles mancomunados.
A PF também realiza na Bahia São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro a busca e apreensão de documentos em 68 endereços. A operação visa reprimir a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo as investigações, existiriam fraudes nos contratos das obras da Torre Pituba, tocadas pela OAS e pela Odebrecht. "A investigação evidenciou que, para a contratação das empreiteiras, foram acionadas outras duas empresas (Carioca e Engeform) integrantes do cartel que atuava na Petrobras para apresentar propostas-cobertura no procedimento seletivo", diz a Lava Jato.
O PT recebia parte dos valores por meio do "setor de propinas" da OAS "e entregues, em espécie, por meio de pessoa interposta pelo tesoureiro do partido, João Vaccari, ou diretamente ao PT, por meio de doações partidárias ao Diretório Nacional", diz a força-tarefa.
Esta nova etapa foi autorizada pela juíza substituta Gabriela Hardt e por Sérgio Moro. A autorização dos juízes ocorre depois de o Ministério Público Federal (MPF) pedir à Justiça permissão para que os mandados sejam executados. Com a ida de Moro para o Ministério da Justiça, Gabriela Hardt ficará à frente da Operação Lava Jato até 30 de abril de 2019.
O nome da operação refere-se à perda do Fundo de Pensão da Petrobrás, assim como ao fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”. Os presos serão levados à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça.