Arrendar as fábricas da Bahia e de Sergipe poderia evitar o fechamento definitivo das unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). A possibilidade foi levantada pela Petrobrás que ainda não tem definição sobre a questão. A desativação das fábricas foi anunciada em março deste ano e compõe o processo de saída integral da Petrobras na produção de fertilizantes.
As atividades estavam previstas para serem suspensas em outubro, mas na semana passada a empresa divulgou que o prazo seria prorrogado para o dia 31 de janeiro de 2019. A intenção da estatal é focar os investimentos em ativos que tenham menor risco e tragam mais retorno para a companhia. Em 2017, a unidade baiana registrou um prejuízo de cerca de R$ 200 milhões.
A Petrobras garante que “está envidando todos os esforços na busca por uma solução para as fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, junto com o grupo de trabalho integrado pelos governos e federações da indústria dos dois estados”.
Para o deputado estadual e ex-empregado da Fafen, Rosemberg Pinto (PT) rebate o argumento de minimizar prejuízos ao afirmar que “o valor global não justifica a privatização da unidade de fertilizantes”. O parlamentar explicou que a Petrobras utiliza um mecanismo para mensurar a rentabilidade das unidades que a compõem, mas defendeu que o resultado global da empresa é que deve ser levado em conta. Rosemberg disse que embora a Fafen dê prejuízo, em uma perspectiva geral a estatal obteve lucro. “No resultado global dela [Petrobras], deu R$ 6,6 bilhões de lucro. Essa história de prejuízo, em relação à Fafen, não condiz”, afirmou ao argumentar que não se deve dividir os prejuízos ou lucros de uma empresa por setor, e sim levar em conta o montante total.
De acordo com o superintendente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Mauro Pereira, a entidade defende um trabalho conjunto a fim de evitar problemas no fornecimento de suprimento de matéria prima para as empresas associadas. Moesmo concordando com a decisão final da estatal, o Cofic solicitou um prazo entre 18 e 24 meses à Petrobras, para permitir que essas empresas possam se adaptar à nova logística. Com informações do Bahia Noticias