O procurador-chefe do Ministério Público Federal de São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, destacou a força-tarefa da Lava Jato para a Operação Salvo Conduto, que mira Teodoro Nguema Obiang, vice-presidente da Guiné Equatorial, pelo suposto crime de lavagem de dinheiro cometido no Brasil. No dia 14 de setembro, a comitiva de Obiang foi abordada pela Receita Federal e pela Polícia Federal no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Foram apreendidos, US$ 16 milhões em dinheiro e relógios de luxo.
Em 10 de outubro, foi deflagrada em São Paulo a Salvo Conduto, desdobramento das investigações. Os federais fizeram buscas em um monumental triplex de mil metros quadrados, avaliado em R$ 70 milhões, que pertence a Teodorin, supostamente por meio de um ‘laranja’. O imóvel fica na Rua Hadock Lobo, nos Jardins, na capital paulista.
O caso estava sob investigação conduzida pela procuradora da República Ana Cristina Bandeira Lins, que atua perante a 6.ª Vara Federal de São Paulo. Agora, outros nove procuradores da força-tarefa da Lava Jato, criada para investigações com base na delação da Odebrecht, em julho deste ano, vão também investigar a fortuna do vice da Guiné.
O primeiro inquérito policial sobre Obiang foi instaurado em março de 2018, depois do envio de informações do Ministério Público Federal, no mês anterior, para que a PF iniciasse investigação para apurar o crime de lavagem de dinheiro em razão dos indícios de ocultação de propriedade relacionada à compra, em 2008, de um apartamento duplex localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel foi adquirido, na época, por R$ 15 milhões. As investigações apontam que o imóvel, adquirido por uma empresa com capital social de R$ 10 mil, pertenceria ao investigado.
O segundo inquérito policial foi instaurado no dia 20 de setembro deste ano, após a apreensão realizada em 14 de setembro pela Receita Federal. Os bens foram trazidos do exterior sem a declaração de bens e valores obrigatória. São apurados dois atos de lavagem de dinheiro, o primeiro relativo à aquisição, por meio de interposta pessoa, de um apartamento de luxo e o segundo relacionado à ocultação de movimentação de bens e valores ao entrar Brasil.
A PF solicitou à Justiça Federal o sequestro do imóvel, dos bens e valores apreendidos no Aeroporto de Viracopos e de sete veículos de luxo – um deles avaliado em R$ 2 milhões. Estadão