O alto índice de pessoas no mercado informal, os sem carteira assinada, pode emperrar uma reação mais vigorosa do crédito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos 92 milhões de ocupados, ao menos 41% (ou 37,8 milhões) estão no mercado informal. Esse batalhão é formado por trabalhadores do setor privado ou domésticos sem carteira, além dos chamados trabalhadores “por conta própria” sem carteira , pequenos empreendedores de renda mais baixa, como vendedores ambulantes.
A situação preocupa porque, no país, o crédito serve de estímulo fundamental ao consumo que, por sua vez, é o grande motor da economia. Sem carteira de trabalho, porém, tende a ficar mais difícil para o consumidor, em especial o de baixa renda, apresentar garantias para tomar empréstimo, mesmo que haja predisposição para negócio de ambas as partes.
No mercado de crédito, o percentual de consumidores que não usa nenhuma modalidade de crédito ainda é alta, em 55,6%, segundo dados mais recentes de pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Em cada 10 consumidores 8 afirmam estar no limite do orçamento. A dificuldade para contratação de empréstimos e financiamentos é maior nas classes C, D e E. Nessas faixas sociais, mais da metade dos consumidores (55,3%) considera ser difícil ou muito difícil a contratação de qualquer modalidade de financiamento.
Por outro lado, o crédito é fundamental para boa parte dos consumidores: em julho, segundo a CNDL, 67% dos que usaram o cartão de crédito o fizeram para compras em supermercados.
Enquanto o crédito com desconto em folha como um todo ganhou corpo nos últimos anos, o consignado privado chegou a 9% do total de crédito consignado em 2012 e, de lá para cá, caiu abaixo de 6%. Com informações da Folha de São Paulo