O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília 4 denúncias relacionadas às investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades em operações da Caixa Econômica Federal em troca de pagamento de propina. Entre os denunciados estão o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os ex-deputados e presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o operador Lúcio Funaro e o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto.
Eles são acusados dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Os procuradores pedem multa e reparação de danos que ultrapassam R$ 3 bilhões. De acordo com o MPF, foram identificados repasses que somam R$ 89,5 milhões a Eduardo Cunha de 2011 a 2015, além de R$ 17,9 milhões a Geddel Vieira Lima de 2012 a 2015 e R$ 6,7 milhões a Henrique Alves de 2012 a 2014.
As denúncias estão relacionadas a operações de créditos para os grupos Marfrig, Bertin, J&F Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Parte das acusações refere-se ainda a duas operações com recursos do FI-FGTS.
Segundo as investigações, a estrutura que dava suporte à prática das irregularidades no banco era sustentada por três frentes: o grupo empresarial, o de empregados públicos que operavam na Caixa e no FGTS e o grupo político e de operadores financeiros.
O MPF também denunciou Altair Alves Pinto, apontado como operador de Eduardo Cunha;Wellington Ferreira da Costa, ex-assessor de Henrique Alves;Marcos Antonio Molina dos Santos, executivo do Grupo Marfrig;Sidney Norberto Szabo, apontado como operador de Eduardo Cunha;Natalino Bertin, sócio do grupo Bertin;Reinaldo Bertin, sócio do grupo Bertin;Silmar Bertin, sócio do grupo Bertin;Alexandre Margotto, ex-auxiliar de Funaro;Eduardo Montagna de Assumpção;Henrique Constatino, sócio da Gol;Roberto Derziê, ex-vice-presidente da Caixa;Hugo Fernandes da Silva Neto, operador ligado a Funaro;José Carlos Grubisich Filho, ex-presidente da Eldorado Celulose.