O candidato Fernando Haddad (PT) quer apresentar logo no início do 2º turno o nome que assumirá o Ministério da Fazenda caso seja eleito presidente da República. Para aliados, com esse gesto o petista sinaliza que seu eventual governo será moderado e sem grandes rupturas na economia, permitindo sua entrada na reta final da disputa sob menor desconfiança do mercado.
O grupo mais próximo ao candidato, porém, descarta a publicação de uma nova versão da Carta aos Brasileiros, divulgada por Lula em 2002 para acalmar investidores que temiam um radicalismo econômico no primeiro mandato do petista. A tese agora é que o perfil de Haddad já é moderado, mas que o anúncio do chefe da Fazenda poderia deixar ainda mais claro que sua gestão não será orientada por um sentimento de ódio e vingança ao setor financeiro.
Por recomendação do ex-presidente Lula, porém, o movimento não deve ser feito antes de 7 de outubro. Até o final do primeiro turno a ordem é manter a estratégia de conquista de votos do eleitor petista, reforçando a imagem de que Haddad é quem vai levar adiante o projeto político do partido.
Caso as projeções das pesquisas mais recentes se confirmem, o herdeiro de Lula pode passar para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL), que tem seduzido parte do mercado com o discurso liberal de seu guru econômico, Paulo Guedes.
Há na campanha quem fale em possível acordo com "os melhores quadros" de MDB, do presidente Michel Temer, do PSB e até do PSDB, rival histórico dos petistas.
Caso passe para o segundo turno, o petista deve procurar inicialmente Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) para compor um acordo. Assessores de Haddad afirmam que Ciro, inclusive, poderia ser nomeado ministro no governo do PT. O pedetista, porém, afirmou em debate que, se eleito, preferia governar sem o partido de Lula. Com informações da Folha de São Paulo