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Centrão abandona Alckmin e discute apoio para o 2º turno


Fiador da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, o Centrão, bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade,  já discute nos bastidores como será um eventual segundo turno da disputa sem o tucano. Em público, no entanto, seus dirigentes afirmam acreditar em uma “virada” no jogo, nos últimos dias de campanha, e negam essas conversas. Pesquisas de intenção de voto divulgadas na semana passada apontam o candidato do PSL Jair Bolsonaro na liderança, seguido do petista Fernando Haddad. No bloco intermediário, Alckmin fica atrás de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).


Se Bolsonaro for para o segundo turno, a tendência é que pelo menos o DEM e o PTB apoiem o capitão reformado do Exército. Há uma possibilidade de divisão no DEM, caso Ciro siga para a próxima etapa, ultrapassando o petista. O Estado apurou, no entanto, que a maioria do partido prefere fechar com o candidato do PSL.


“Eu me recuso a discutir que o Brasil ficará condenado a um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Vamos com Geraldo até o fim e acreditamos na virada. Isso não é conversa fiada”, disse ao Estado o presidente do DEM, ACM Neto, que também é prefeito de Salvador. “Eu não me canso de lembrar que, em 2014, nessa mesma altura do campeonato, Aécio (senador Aécio Neves) estava fora do jogo. Cravavam que a segunda rodada da disputa seria entre Marina (Silva) e Dilma (Rousseff). Só nos últimos dez dias é que Aécio começou a crescer e aí a história da eleição mudou inteiramente.”


Nas fileiras do PTB, que não integra o Centrão, mas faz parte da coligação de Alckmin, ao lado de PPS e PSD, as discussões a portas fechadas também agitam o partido. Desde o escândalo do mensalão, que levou para a cadeia o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, a sigla está rompida com o PT. 


Segundo um deputado petebista, é “natural” o partido apoiar Bolsonaro, já que o PT virou um adversário histórico. A exemplo de ACM, no entanto, Jefferson afirma que ninguém trairá Alckmin e nem pulará agora do barco tucano. 


Atualmente, a maior parte dos parlamentares e políticos de partidos aliados a Alckmin tem se empenhado pouco pelo tucano, que está estagnado nas pesquisas. Além disso, quem tenta a reeleição já recebeu repasses de dinheiro do fundo eleitoral e se sente “liberado” para cuidar da própria campanha.


Integrantes da executiva do PSDB observam que o partido, institucionalmente, teria muitas dificuldades em explicar uma adesão no segundo turno tanto a Bolsonaro quanto a Haddad, por causa do intenso tiroteio sobre ambos disparado por Alckmin. Caberia ao ex-governador de São Paulo conduzir o processo e a neutralidade seria mais confortável ao tucanato. 


Já o PR, chefiado por Valdemar Costa Neto, está dividido entre avalizar Bolsonaro ou Haddad, caso seja essa a configuração para a segunda etapa da disputa. Valdemar tem ótimo trânsito no PT. Líder do partido na Câmara, o deputado José Rocha (BA), disse que o partido deve liberar seus filiados na próxima rodada da eleição. Rocha não esconde que faz campanha para Haddad.


A coligação do PR com Bolsonaro só não vingou por causa de divergências regionais. Em julho, o partido tentou emplacar o empresário Josué Gomes como vice de Alckmin. Josué não aceitou a vaga, mas, mesmo assim, o PR entrou na aliança com o tucano. Valdemar, porém, tem ótimo trânsito no PT.


O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por sua vez, avisou a Alckmin que, no Piauí, faria campanha para o PT, caso contrário sua reeleição correria risco. A vice do tucano é a senadora Ana Amélia, do PP. No Piauí, porém, a vice do governador Wellington Dias (PT) é do PP. Em um segundo turno sem Alckmin, é provável que o partido libere o voto. Embora Ciro Nogueira pregue o apoio ao PT, uma ala do partido no Sul já faz campanha para Bolsonaro. É o caso do deputado federal Luís Carlos Heinze (PP), o mais votado do Rio Grande do Sul.


No Solidariedade, a esperança é de que, sem Alckmin, Ciro vá para o segundo turno. Desde as negociações para o Centrão apoiar o tucano, a sigla era favorável a Ciro. O deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do partido e licenciado do comando da Força Sindical, foi vice de Ciro na campanha presidencial de 2002. O Solidariedade só aceitou entrar na coligação pró-Alckmin após negociar com o tucano um novo formato para a volta da contribuição sindical. O PRB ainda não bateu o martelo sobre quem apoiar em eventual segundo turno sem Alckmin.

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