De 77 políticos que figuram como investigados na Lava Jato e se candidataram nas eleições 2018, 21 registraram redução do valor de seus bens em relação a eleições anteriores. Levantamento foi feito com base nas declarações fornecidas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os 21 que apresentaram redução, 8 informaram queda de mais da metade das cifras declaradas. As explicações para ampliação ou queda nos valores declarados incluem crise econômica, recebimento de herança, venda de imóveis, divórcio e dívida por empréstimo bancário.
Na outra ponta, 44 políticos declararam aumento de patrimônio. Quase a metade apresentou valores nominais pelo menos 50% maiores. Em 12 casos, não houve variação. Para a Receita Federal, movimentações significativas no patrimônio podem ser indícios de irregularidades. Foram considerados apenas valores nominais. Segundo analistas, não é possível corrigir declarações de bens com base na inflação, pois a valorização ou desvalorização de um imóvel, por exemplo, não seguem a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Um dos investigados na Lava Jato o deputado Heráclito Fortes (DEM-PI) citou a venda de um avião para justificar a redução no patrimônio, que caiu de R$ 5,16 milhões, em 2014, para R$ 1,55 milhão declarado em 2018. “Diminuiu porque nunca roubei”, afirmou o parlamentar. A aeronave King AIR C9-GT, ano 2007, que constava na última candidatura, com o valor de R$ 3,78 milhões, foi retirada.