O deputado federal Roberto Britto (PP-BA) gastou R$ 115 mil da cota parlamentar com boletins informativos de atividade parlamentar, em uma gráfica que não existe há mais de um ano no endereço indicado na nota fiscal eletrônica, disponibilizado pela Câmara dos Deputados. Levantameno do site bahia Noticias mostra que período vai de agosto de 2017 até agosto deste ano. Ele nega qualquer irregularidade e diz que os serviços foram prestados.
Segundo o site da Câmara, o progressista baiano destinou para a empresa Jato Gráfica Rápida R$ 70 mil em dezembro de 2017 e outros R$ 45 mil em abril deste ano. As notas fiscais, portanto, foram emitidas após a desativação do estabelecimento. Em uma das notas fiscais o endereço atribuído à gráfica é o condomínio Cine Centro São Francisco, no bairro da Asa Sul, em Brasília.
A reportagem entrou em contato com a administração do local e conversou com uma funcionária. A resposta dada por ela é de que a empresa não funciona ali há mais de um ano. Ainda segundo ela, os sócios saíram sem deixar nenhum tipo de informação, como novos contatos e endereço. “Eles saíram depois que um dos sócios morreu. Não deixaram endereço, não falaram nada”, relatou a funcionária.
O número que aparece nas informações sobre a gráfica contidas no site da Receita Federal é da Fonte Contabilidade, que fazia serviços contábeis para a Jato Gráfica. No entanto, segundo uma funcionária, a empresa deixou de atender a gráfica há cerca de um ano.
O deputado Roberto Britto negou qualquer irregularidade e garantiu que os serviços contratados junto à empresa foram prestados. “Eu encomendei e o serviço foi prestado. O material nós recebemos e distribuímos. A nota fiscal foi emitida”, explicou. Ele disse, no entanto, que precisa obter mais informações sobre o endereço da gráfica porque quem ficou responsável pela contratação foi sua equipe. Também afirmou que escolheu fazer o material em uma empresa de Brasília por causa do menor custo. “É também uma gráfica que já faz de vários parlamentares”, argumentou. No entanto, o BN levantou que apenas o deputado Cícero Almeida, de Alagoas, usou também os serviços da Jato Gráfica em um ano.