O volume de dinheiro emprestado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) através do sistema de crédito consignado subiu R$ 4 bilhões nos primeiros 5 meses deste ano, para R$ 30,2 bilhões. Dados do Segundo o Banco Central mostram que em comparação ao que foi emprestado no mesmo período (janeiro/maio) de 2017, o aumento é de 16%, quando foram tomados R$ 26,06 bilhões em crédito consignado por aposentados e pensionistas. Em 2017 o sistema de empréstimo consignado em todas as categorias somou cerca de R$ 155 bilhões.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), Marcela Kawauti, esse aumento no volume de crédito tomado é reflexo da crise econômica. Como a prestação é descontada diretamente em folha, o crédito muitas vezes já está pré-aprovado e o aposentado consegue contratá-lo em uma ligação ou no caixa eletrônico.
"Além de ser fácil para pegar, esse crédito também é a melhor opção para os bancos. Em um momento de instabilidade econômica, é melhor emprestar pelo consignado, em que há garantia de receber", avalia. Por ser cobrado diretamente do benefício, esse tipo de crédito tem taxas menores, mas isso não significa que o dinheiro seja barato. Os juros podem chegar a 26,2% ao ano.
Antes de assumir esse tipo de dívida, é importante avaliar os riscos e o impacto das parcelas no orçamento mensal, além de pesquisar as taxas de juros do mercado. Segundo o educador financeiro Edélcio Fonseca, o consignado pode ser uma boa opção para quem está enrolado no cartão de crédito ou no cheque especial. Essas modalidades têm mais de 300% de juros ao ano e tendem a levar ao endividamento. O especialista aconselha que, antes de contratar o consignado, o segurado faça as contas para ver quais são suas despesas fixas.
Pelas regras do INSS e do Banco Central, o aposentado pode comprometer até 30% do valor do benefício com prestações do consignado comum e 5% com a parcela mínima do cartão de crédito consignado. Não há uma regra sobre limite de idade e número de parcelas para o empréstimo. Porém, quanto mais velho o segurado, menor é o prazo que ele terá para pagar pela prática do mercado financeiro.