Com o avanço do vírus H1N1, o número de mortes por gripe neste ano no Brasil quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado. Até 14 de julho o Ministério da saúde já havia registrado 839 vítimas fatais. O total de óbitos já é 68% maior do que o relatado em todo o ano de 2017. Considerado mais agressivo, o tipo H1N1 do vírus é o que mais circula no País.
Na Bahia o número de mortes provocadas pela gripe subiu para 37, segundo dados oficiais divulgados quinta-feira (19/7). A última atualização feita pelas autoridades de saúde, dia 23 de junho, contava 27 óbitos por conta da doença no estado.
O número de registro de casos de gripe também aumentou: houve alta de 162% ante o mesmo período do ano passado. De acordo com especialistas, também é comum haver subnotificação de ocorrências menos graves. O Estado de São Paulo é o mais afetado. Segundo o ministério, são 1.702 casos dos 4.680 de todo o País. E quase 40% das mortes por gripe no Brasil foram registradas em São Paulo (320). Nem todos óbitos são de pacientes com pelo menos um fator de risco (como gravidez, diabete e velhice). Do total de mortos, um em cada quatro não se encaixa nesses grupos mais vulneráveis.
Altamente contagiosa, a gripe pode ser prevenida com a vacina. As doses disponíveis na rede pública protegem contra os três subtipos do vírus (H1N1, H3N2 e influenza B). O País conseguiu bater a meta de vacinar 90% do público-alvo este ano, após duas prorrogações da campanha. Mas a cobertura vacinal não é homogênea. O Centro-Oeste e o Nordeste foram as únicos regiões a atingir a meta. Norte, Sudeste e Sul tiveram as menores coberturas, 86,6%, 86,9% e 88,6%, respectivamente.
O público das gestantes e das crianças entre 9 meses e 5 anos é o que mais preocupa. O Ministério da Saúde informou que não estuda retomar vacinação. A pasta ainda disse ter aplicado, para o público-alvo, 52 milhões de doses. Para outros grupos, foi aplicado 2,6 milhões de doses.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem 3 tipos de vírus influenza que circulam no Brasil: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas e não têm impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias (A/H1N1 e A/H3N2).
Um vírus pode sofrer mutação e trazer infecções mais sérias porque não encontra uma população protegida por exposições anteriores.
A vacina contra gripe ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra todos os tipos. O mesmo ocorre na rede particular. A definição da composição do imunizante muda a cada ano, considerando as cepas que mais circularam no Hemisfério Sul, no ano anterior. Para 2018, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de influenza B.