Os consumidores pagaram por serviços bancários em 2017 valores acima da inflação. Segundo levantamento realizado pelo Procon-SP, as instituições financeiras reajustaram em até 25% o preço cobrado pelos serviços atrelados às contas-correntes, como saques, extratos e transferências entre contas do mesmo banco. A alta é pelo menos 5 vezes superior à inflação oficial do período, que ficou em 4,39%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O levantamento foi divulgado semana passada e contou com dados de 6 instituições: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Safra e Santander. Os dados foram coletados nos sites dos próprios bancos entre os dias 6 de junho de 2017 e 6 de junho de 2018. O maior reajuste foi encontrado no preço cobrado pela Caixa para o serviço de extrato mensal da conta-corrente, que subiu de R$ 2 para R$ 2,50, alta de 25%. No mesmo banco, a emissão de folhas de cheques também ficou 14% mais cara no mesmo período.
Outra pesquisa, feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontou que, na média, o correntista de banco pagou em junho de 2018, 14,16% a mais pelos pacotes de serviços financeiros do que em novembro de 2016. Como comparação, a inflação do período foi de 5,8%.
Todos os clientes com conta bancária têm direito assegurado pelo Banco Central (BC) sem custo, a cada mês, a 10 folhas de cheque, 4 saques, 2 extratos dos últimos 30 dias e 2 transferências entre contas da própria instituição, sem pagar nenhuma tarifa. Na prática, os preços unitários auferidos pelo Procon-SP poderão ser desembolsados pelo consumidor, por exemplo, se ele extrapolar o pacote essencial ou ultrapassar o limite de serviços da cesta contratada.
Em nota, o Banco do Brasil disse que os preços dos pacotes de serviços são definidos com base em outros fatores além da inflação, tais como custos das transações que integram as franquias e investimentos em tecnologia. O Santander afirmou que os preços e reajustes das tarifas dos pacotes seguem critérios de avaliação que consideram, entre outros fatores, movimentos do mercado e inflação de cada período. Procurados, Caixa, Bradesco e Itaú não se pronunciaram. Jornal O Estado de São Paulo