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Interrupção em entrevista de candidata do PCdoB gera polêmica


Manuela D´Ávila, pré-candidata à presidência da República, participou do programa Roda Viva

“Gostaria de retomar a palavra, enquanto entrevistada, se tu me permitires.” “Se você me deixar concluir o raciocínio...” “Vocês gostam de falar mais do que eu. É fantástico.” Vestida com uma camiseta que estampava a frase “Lute como uma garota”, a pré-candidata à presidência da República Manuela D´Ávila (PC do B) repetiu as queixas acima durante entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura), na noite da última segunda-feira (25/6). Os comentários em defesa de Manuela se valeram do termo em inglês “manterrupting”, flexão de “man” (homem) e “interrupting” (interrompendo), usado para apontar casos em que a fala de uma mulher é atravessada por declarações de um homem.


Segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul foi interrompida ao menos 40 vezes durante a entrevista. O jornal considerou como interrupção as ocasiões em que a entrevistada teve dificuldades de concluir sua fala devido a intervenção de alguém.


Nas redes sociais, movimentos feministas classificaram como machista o comportamento dos entrevistadores. Um abaixo-assinado online com mais de 15 mil assinaturas na noite de terça (26) pedia que a TV Cultura marcasse uma nova entrevista com ela. Embora o formato do Roda Viva, em que vários entrevistadores fazem perguntas a um mesmo nome, favoreça esse tipo de interrupção, o caso de Manuela foi atípico, se comparado ao de outros pré-candidatos, homens ou mulheres, sabatinados pelo programa recentemente.


A banca de entrevistadores era composta pelas jornalistas Vera Magalhães (O Estado de S. Paulo), Letícia Casado (Folha), João Gabriel de Lima (revista Exame), o bacharel em filosofia Joel Pinheiro da Fonseca (colunista da Folha) e o diretor da Sociedade Rural Brasileira, Frederico D’Ávila. 


A participação de  Frederico D’Ávila, coordenador do programa rural do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), foi contestada nas redes sociais, por sua ligação com um candidato no polo oposto da pré-candidata do PC do B. Manuela e Frederico travaram os principais embates, quando a pré-candidata foi questionada por ele a respeito de estupro e agricultura. “Eu não consigo terminar um raciocínio”, queixou-se ela. Ela também reclamou de ser interrompida por Fonseca e Magalhães ao falar dacondenação de Lula e das acusações contra o PT.


A reportagem não conseguiu falar com Manuela. Na internet, ela reproduziu memes e textos que diziam que foi vítima de machismo no programa. O apresentador do Roda Viva, Ricardo Lessa, rechaçou qualquer acusação de preconceito. “Ela teve mais de 50% de cada bloco de fala sem interrupção. Ao todo, isso deve dar mais de 40 minutos de falas limpas [de total de 80 minutos]. É normal que um debate fique mais acalorado. Não é questão de gênero, mas de jornalismo.”


Vera Magalhães também negou, em rede social, qualquer atitude machista. “Fiz entrevistas com Ciro, Boulos, Bolsonaro e Alckmin. Todos se queixaram de ser interrompidos. Com Ciro virou um debate. Mas diante de uma mulher, Manuela, a interrupção vira ‘manterruption’.”

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