A greve dos caminhoneiros que parou o País por 11 dias em maio fez a indústria brasileira registrar o pior desempenho de sua história. A produção industrial despencou 13,4% no mês de maio na comparação com abril, o que representa um impacto maior que o da crise financeira global, de 2008, quando a queda, em um único mês, foi de 11,2%. Os segmentos mais afetados foram os de automóveis e alimentos.
A estimativa referente a maio é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Se a projeção for confirmada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 4 de julho, o parque fabril terá amargado o pior desempenho desde 2002.
Os cálculos do Ipea mostram que a greve derrubou a atividade econômica como um todo em maio, interrompendo o processo de retomada. O instituto estima que, além da indústria, as vendas do comércio varejista tenham recuado 1,4% na passagem de abril para maio, sob influência da crise de desabastecimento causada pela paralisação. A expectativa é que as perdas generalizadas prejudiquem os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre, embora alguns setores tenham apresentado desempenho bastante positivo em abril.