Pesquisa feita em todo o Brasil, no mês passado, pelo instituto Datafolha, mostra que 43% da população adulta manifestou desejo de sair do país. Entre os que têm de 16 a 24 anos, a porcentagem vai a 62% e representam 19 milhões de pessoas nessa faixa etária.
Não só os jovens querem ir embora. Há maioria também entre os que têm ensino superior (56%) e na classe A/B (51%). Soma desses grupos equivalem a cerca de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais.
Os Estados Unidos continuam sendo o país preferido pelos brasileiros. Para 14% o país comandado popr Donald Trump é a melhor opção, seguido de Portugal, com 8%, Canadá (3%). França, Espanha e Ingçaterra aparecem com 2%. O êxodo não fica apenas na intenção. O número de vistos para imigrantes brasileiros nos EUA, país preferido dos que querem se mudar, foi a 3.366 em 2017, o dobro de 2008, início da crise global. Só no consulado de Portugal, em São Paulo, houve 50 mil concessões desde 2016. No mesmo período, dobrou o número de vistos para estudantes, empreendedores e aposentados que pretendem fixar residência em Portugal.
“Não quero virar Uber nem vender brigadeiros. Trabalho com arte há 30 anos e estou em plena fase produtiva. Não faz sentido ficar só porque sou brasileira e não desisto nunca.” disse a produtora Cássia Andrade, 45, que vendeu seu apartamento e embarca para o Canadá até agosto, mas não vai romper todos os vínculos de atividades profissionais com seu país. Essa possibilidade de continuar atuando no Brasil mesmo de fora é um dos fenômenos que atenuam a chamada “fuga de cérebros”, afirma Marcos Fernandes, pesquisador do Cepesp FGV. Na área acadêmica, os brasileiros passam a trabalhar na fronteira do conhecimento, e exportam esse conhecimento para o Brasil por meio de parcerias e projetos individuais. Com informações do jornal Folha de São Paulo