Das 175 pré-candidaturas cogitadas pelos partidos políticos, até o momento, para os governos dos estados e Distrito Federal, apenas 15%, ou seja, 27, são de mulheres. Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo não inclui o PTC, PHS, PRB e PPL que não informaram se terão candidaturas próprias para o cargo.
Comparado às duas últimas eleições, o percentual de candidatas mulheres cresceu pouco.
Em 2014, elas eram 12% dos 162 candidatos a governos nas eleições. Já em 2010, esse percentual era de 10% de 150 candidaturas. Das 25 legendas que disputarão os governos, 14 terão mulheres em 19 estados e no Distrito Federal.
Pesquisadora e professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), Luciana Ramos avalia que o gargalo nos partidos deriva de uma cultura patriarcal, que determina que o lugar da mulher é no espaço privado, cuidando da família, e não no público. As atividades partidárias, por vezes, constituem a terceira ou quarta jornada que acumulam. “Aquilo que a sociedade exige da mulher não está em conformidade com aquilo que ela poderia fazer. Quando se diz que as mulheres podem tudo, é mentira, porque se exigem várias coisas que impedem de fato a sua vontade política de se candidatar”, diz.
Elevar o número de mulheres, entretanto, não é o suficiente para garantir mais mulheres eleitas. Em 2014, Suely Campos (PP) foi a única eleita para o Executivo estadual, em Roraima. Em 2010, foram eleitas Roseana Sarney (MDB), no Maranhão, e Rosalba Ciarlini (DEM), no Rio Grande do Norte.
Na avaliação da cientista política, professora da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP (Universidade de São Paulo) Teresa Sacchett, o caminho para aumentar a representação feminina na disputa a cargos majoritários, em que o voto é distrital, é fortalecer as organizações de mulheres dentro dos partidos para que haja mais chance nos processos de seleção. “Quando a disputa é acirrada, as mulheres saem perdendo”, diz.
Já no Legislativo, apesar da cota de 30% das candidaturas determinada por lei, um dos motivos para a falta de representatividade, na avaliação das especialistas, é a ausência de recursos destinados para as candidatas. Segundo as especialistas, um dos motivos é a falta de recursos destinados para as candidatas. Com informações do jornal Folha de São Paulo