Uma epidemia de chikungunya pode atingir o Brasil nos próximos 2 anos. O alerta é de pesquisadores da Sociedade Brasileira de Virologia que analisou os dados de pesquisas sobre a doença que estão sendo feitas pelo Instituto Butantã e a Faculdade de Saúde Pública da USP. O estudos monitoram 4 vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, chikungunya, Zika e Febre Amarela. A previsão é de que o pico máximo de ocorrência do chikungunya ainda está pra acontecer no país.
A estimativa é que 75 milhões de pessoas vivam em áreas de risco da doença. Algumas regiões podem ser mais atingidas, como os estados do Nordeste e o litoral da região Sudeste, especialmente na primavera e no verão. Entre 2015 e 2017, período em que houve um surto de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, foram registrados 292 mil casos de chikungunya. A febre amarela, que já era considerada extinta, registrou quase 3.200 casos.
Segundo Fernando Spilki, vice-presidente da sociedade brasileira de virologia, a explicação é que o Brasil já tem o vírus da doença, e que a quantidade de mosquitos voltou a aumentar. Como o vírus circulou pouco entre a população, poucas pessoas desenvolveram anticorpos contra a doença. Além de problemas crônicos, como febres altas e dores nas articulações, a chikungunya pode deixar sequelas graves, como artrite crônica, que impossibilita a pessoa de trabalhar por longos períodos.
Segundo os pesquisadores, como não existe vacina contra chikungunya, a única forma de evitar o problema é a prevenção. Aí, a regra é a mesma do combate à dengue: dificultar a proliferação do mosquito. Portanto, é preciso muito cuidado com reservatórios de água, pratinhos de plantas, caixas dágua e pneus velhos.