O desânimo de procurar emprego, que os especialistas chamam de desalento, bateu recorde e contribuiu para que houvesse redução da taxa de desemprego ao longo dos últimos 12 meses. O país encerrou o 1º trimestre (janeiroqmarço) deste ano com 4,6 milhões de pessoas nessa condição, um aumento de 511 mil no período de 1 ano. No período a Bahia ficou em 2º lugar no ranking nacional de desemprego, com 17,9%, perdendo apenas para o Amapá (21,5%).
Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad Contínua), feita pelo IBGE em todo o país. O país encerrou o primeiro trimestre deste ano com 13,6 milhões de desocupados. Desse total, 3,035 milhões estão na fila há 2 anos ou mais.
O IBGE mostrou que pretos e pardos são maioria entre os que desistiram de procurar emprego, respondendo por 73,1% do contingente total. A maioria (23,4%) dos desalentados tem entre 18 e 24 anos, e 38,4% têm ensino fundamental incompleto.
Há ainda discrepâncias regionais. As regiões Sudeste e Nordeste bateram, no primeiro trimestre deste ano, recorde na série histórica de pessoas desalentadas. Contudo, os estados do Nordeste somaram 2,8 milhões de pessoas nessa condição, enquanto no Sudeste são 922 mil.
A pessoa na condição de desalento já não acredita que tem oportunidades profissionais. E quem desiste de buscar uma vaga deixa não apenas o mercado de trabalho. Também é excluído das estatísticas de desemprego. É considerado desempregado apenas quem toma providências para conseguir trabalho.