A conta de luz pode subir entre 5% e 6% em 2018 caso o governo não altere a Medida Provisória que trata das distribuidoras da Eletrobrás e tramita no Congresso. O aumento do custo para o consumidor, segundo Edvaldo Alves de Santana, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace), seria de pelo menos R$ 5,5 bilhões por ano, integralmente pagos por meio de reajustes na conta de luz.
A proposta apresentada na comissão do Congresso e que deve ser votada em maio recebeu diversos “jabutis” – como são tratadas, no jargão político, as emendas parlamentares, geralmente de assuntos diversos do tratado pelo projeto. Originalmente, a MP tinha apenas três e passou para 27. Uma das medidas presentes no relatório é a criação de um fundo que retira 20% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal, destinados à saúde e à educação, para o financiamento de infraestrutura do setor de gás, como a construção de gasodutos e de unidades de processamento. No relatório, o fundo é chamado de Dutogas. “Isso tira o risco do empreendedor e o coloca no consumidor”, afirmou.
Com o fim do período de chuvas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou sexta-feira (27/4), que as contas de luz terão bandeira amarela em maio. Com a bandeira amarela, no mês que vem, a tarifa terá um adicional de R$ 1,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira verde, que não cobra taxa extra, estava em vigor desde janeiro.