Depois das postagens de cunho pejorativo contra a vereadora Marielle Franco , uma professora com síndrome de Down, e contra o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) resolveu se retartar. Em carta ela pede desculpas por seus comentários . "Tenho sofrido muito desde que fui atropelada pela divulgação de comentários meus, postados em grupos privados --restritos a colegas da magistratura. Mas alguém resolveu torná-los públicos. Alguns haviam sido postados há tanto tempo que eu nem me lembrava deles. A repercussão foi imensa", disse na carta.
Nos comentários divulgados no Facebook, a desembargadora afirmou que a vereadora Marielle "estava engajada com bandidos". Outros comentários vieram à tona por conta desse. Em um deles, ela questionou o que professores com Down poderiam ensinar. Em 2015, a magistrada chegou a afirmar que Jean Wyllys deveria ir para um paredão (de fuzilamento) "embora não valha a bala que o mata".
A carta da desembargadora é uma resposta à uma enviada pela professora Débora Seabra, portadora de Down. "Estou escrevendo para agradecer a carta que você me mandou e lhe dizer que suas palavras me fizeram refletir muito. Bem mais do que as centenas de ataques que recebi nas últimas semanas. Desculpe a demora na resposta, mas eu precisava desse tempo", escreveu a desembargadora na nota.