A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir ação penal contra o senador Aécio Neves (PSDB-SP) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à justiça.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o tucano de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, oriundos do grupo J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato. Além de Aécio, também tornam-se réus, mas somente sob acusação de corrupção passiva, a irmã dele, Andréa Neves, o primo, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG), que é aliado do tucano.
Relator do caso, o ministro Marco Aurélio afirmou que há indicativos de solicitação de vantagem indevida pelo detentor de mandato, com auxílio da irmã, Frederico e Mendherson.
Sobre a atuação de Aécio nas atividades parlamentares, o ministro disse que não há como imputar crime de obstrução à justiça, mas que em conversas gravadas, o senador, ao buscar direcionar delegados federais para atuar em inquéritos de seu interesse com a finalidade de beneficiá-lo, como narra a PGR, indica que pode ter havido o segundo crime imputado ao senador, de obstrução à justiça.
Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux acompanharam o voto do relator Marco Aurélio de Melo. Já Alexandre de Moraes votou pelo recebimento da denúncia somente quanto à acusação de corrupção passiva, rejeitando a imputação de obstrução da Justiça.Com informações do Jornal O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo